sexta-feira, novembro 20, 2009
Still...
Nunca saberás que fui sempre teu ou que o meu corpo te exigiu o beijo que nunca trocámos com medo de falhar... Nunca saberás que os meus braços te abarcam o corpo todo e que o meu peito nunca deixou de ser o porto seguro para onde nunca hás-de correr.
quinta-feira, setembro 10, 2009
Destroços
Perdemo-nos como se perdem as estrelas com o olhar. Não existo mais nesse mundinho de retalhos e recordações que fomos deixando cair sem nunca apanhar.
Pisas o meu sorriso com o teu novo olhar... E eu ainda te procuro nos destroços de mim.
Pisas o meu sorriso com o teu novo olhar... E eu ainda te procuro nos destroços de mim.
sábado, setembro 05, 2009
19 again
Quando os teus braços pediam por mim, quando a tua boca me sugava a vida.
Dias longos de dedos cansados numa correria de palavras que nunca parava!... E que agora nunca se desenvolve.
Não é que te queira...
É só que não sei como não te querer.
quarta-feira, julho 22, 2009
Nada.
domingo, julho 19, 2009
sexta-feira, julho 17, 2009
Estranheza.
Sou um estranho na minha própria vida. Não é o meu corpo que desliza no espelho embaciado pelos rastos do passado. Eu estou fora. Longe de mim.
Não sei o que quero ou quem quero ser. Amanhã não sei como quero acordar e o que quero fazer. Não sei sequer onde me leva o ritmo acentuado do coração quando não sei como me entregar. Não sei.
Não sei o que quero ou quem quero ser. Amanhã não sei como quero acordar e o que quero fazer. Não sei sequer onde me leva o ritmo acentuado do coração quando não sei como me entregar. Não sei.
sexta-feira, julho 10, 2009
Olhar trancado.
Largo as minhas mãos nas tuas, vazias, na imensidão do que ainda não se disse. Mantemos o silêncio ou o olhar trancado para evitar o exagero da paixão que estupidamente se desenrola entre nós. Os meus olhos transbordam-te nesse sorriso doce e fulminante que não me deixa nunca aterrar sem ser de cabeça; transbordam o pecado consumado nas ilusões diárias, os suspiros nunca trocados...
Deixo-me em ti como se não pudesse nunca mais soltar-me. Inseguro, estendo o corpo amarrotado com medo que os vincos mais fundos larguem a tua mão da minha. Há marcas e tatuagens que não posso nunca apagar; restos de mim, perdidos no caminho incerto até ti. Escondo as feridas, disfarço-me em sorrisos.
Espero-te no canto onde sempre te conheci. O teu ritmo acende-me as palavras que eu bloqueio num beijo meio desastrado. Cansa-me a distância entre os teus lábios e os meus... mas há segredos ainda por contar.
Deixo-me em ti como se não pudesse nunca mais soltar-me. Inseguro, estendo o corpo amarrotado com medo que os vincos mais fundos larguem a tua mão da minha. Há marcas e tatuagens que não posso nunca apagar; restos de mim, perdidos no caminho incerto até ti. Escondo as feridas, disfarço-me em sorrisos.
Espero-te no canto onde sempre te conheci. O teu ritmo acende-me as palavras que eu bloqueio num beijo meio desastrado. Cansa-me a distância entre os teus lábios e os meus... mas há segredos ainda por contar.
quarta-feira, julho 08, 2009
terça-feira, julho 07, 2009
Abaixo aos limites!
É do café, com certeza, esta imensa ansiedade que não me deixa ficar com a mão longe do telefone. Não é que queria uma chamada ou uma mensagem! Quero é que de repente me apareças debaixo da janela com os lábios molhados à espera dos meus! E o telefone é só uma forma estúpida de sentir o tempo passar: cada vez que vibra parece que o tempo passa mais depressa; por outro lado raramente és tu. Limitas-me o coração. Não. Eu limito o meu coração.
Estou numa fase de impor limites e barreiras aos meus próprios sentimentos. Não estou disponível para mais falhas, não tenho mais pernas para correr sem saber onde vou chegar e os meus braços só alcançam o que os meus olhos conseguem ver. Para além disso... fico sentado. Não quero tentar apanhar nada que não posso. Se não fico assim... com o café a correr pelas veias e o cérebro a queimar por dentro.
Café a mais.
Os teus beijos fazem-me falta.
Os meus braços já me imploram o teu corpo...
Oh! Danem-se os limites que as barreiras acabaram todas de cair! Danem-se os meus medos e os meus pecados mentais que já só te querem com os braços amarrados a uma cama e a boca entre-aberta a implorar por mais! Danem-se as meias palavras e as pistas, estúpidas, que eu vou deixando para saberes o que quero! Eu quero é que me queiras! Que me desejes e me anseies com a força toda da cafeína que me corre pelo corpo todo! Ai! Aih!...
Schiu!
Devora-me.
segunda-feira, julho 06, 2009
De volta.
De volta aos dias cinzentos fechados dentro de mim, aos suspiros alongados nos meus lábios pela tua boca.
De volta às vertigens das mãos coladas, dos pés num reboliço a que o corpo não consegue mais responder.
De volta aos sussurros discretos que descolam palavras que não se querem dizer, às gargalhas, aos sorrisos involuntários como se nada mais pudesse ser evitado.
De volta aos beijos...
De volta ao emaranhar das línguas numa doce e demorada sedução.
De volta a mim a voltar para ti;
À minha pele seca, ardida no teu toque quente;
Aos pensamentos certos, errados de tanta incerteza.
De volta ao meu olhos poisados em ti, aos meus dedos no teu corpo
E a ti... A ti dentro de mim.
quinta-feira, julho 02, 2009
Coma.
Nada mais me cabe cá dentro. Trago a incerteza colada ao peito como uma tatuagem no local errado. Quero arrancá-la, atirá-la ao chão e fugir dela como se fosse daquelas decisões gigantes que nunca, mas mesmo nunca queremos tomar.
Nada mais me cabe cá dento... como se de repente pudesse transbordar. Seriam sonhos e lágrimas e palavras e sorrisos, tudo estilhaçado! Tudo coberto de sangue e carne podre do meu corpo! Eram os beijos, os abraços, os olhares, os jantares, as caminhadas nos sítios todos que conhecemos, as mãos dadas, as noites da lagoa, as dormidas nos carros, as viagens, o amor todo a escorrer-me pelos poros, pelos olhos, por tudo!... São estas as noites, mais sozinhas que as outras noites, em que tudo transborda sem nada mais entrar.
E eu sei lá como te ultrapassar, sei lá como dizer que sim ou que não a este coração que morreu! Sei lá como fingir que palpito ou que amo e me apaixono! Eu nem sei morar com a peça morta que se alojou no meu peito!... Há uma falha, sei lá, uma falha como se fosse um coma profundo do coração. Não morreu or completo mas... está ausente. Não existe de momento. Se lhe ligares vai directo ao atendedor automático- o vazio após todo o transbordar.
É isso mesmo. Eu tenho um coma no coração!
Acordem-me, por favor!
quinta-feira, junho 18, 2009
A (nossa) lágrima
É como se de repente os meu corpo fosse abandonado no canto de uma rua vazia de pessoas e almas. Os meus pés deixam de tocar o chão e flutuo lentamente no compasso vazio do meu coração meio morto. Os meus olhos não se abrem, não se fecham, não se movem que nada conseguem ver. A leveza no meu peito é assustadora! É o não ter coração, não ter peso, não ter nada!... Não tenho mais nada.
A tua lágrima levou a minha.
A tua mão roubou-me o coração.
A tua lágrima levou a minha.
A tua mão roubou-me o coração.
sexta-feira, maio 22, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
quinta-feira, maio 14, 2009
Salva-te
Corram todos para longe de mim que morro por dentro devagarinho.
E se algum beijo me faz de novo acreditar, que não me fuja dos lábios, que me beije de manhã ao acordar quando ainda nada faz sentido dentro do meu corpo.
Fujam que não há mais nada para oferecer. Ocupei-me (contigo...)!
Sou cheio de mar e de rochas altas e gastas, de ondas longas e brutas que me arrastam noutros olhos de cor incerta.
Salva-te. Deixa-me. Vai embora que eu sou um caco velho.
Poisar-te
Trago-te nos braços enquanto me arrasto no infinito do que somos;
O teu corpo num abraço morto e frio.
Os teus olhos brancos pendentes num olhar vazio.
Os teus lábios, num vermelho de outros tempos
Numa enorme sede dos nossos (só nossos) beijos,
São agora timbrados e enrugados
Num roxo cor de morte ainda há pouco anunciada.
Sinto o teu peso nos meus passos pesados
E não sei onde mais te levar, meu amor de todos os tempos.
Serás peso e constância,
Serás beijo roxo mas nunca morto
Dentro do meu peito.
E agora arrasto-te devagar pelo mundo,
Pelo nosso mundo a preto e branco
Sempre à espera de um poiso só teue meu
Onde te guardar para nunca nos perder.
O teu corpo num abraço morto e frio.
Os teus olhos brancos pendentes num olhar vazio.
Os teus lábios, num vermelho de outros tempos
Numa enorme sede dos nossos (só nossos) beijos,
São agora timbrados e enrugados
Num roxo cor de morte ainda há pouco anunciada.
Sinto o teu peso nos meus passos pesados
E não sei onde mais te levar, meu amor de todos os tempos.
Serás peso e constância,
Serás beijo roxo mas nunca morto
Dentro do meu peito.
E agora arrasto-te devagar pelo mundo,
Pelo nosso mundo a preto e branco
Sempre à espera de um poiso só teu
Onde te guardar para nunca nos perder.
quinta-feira, abril 30, 2009
Léguas
Escorreram-me as lágrimas por entre os dedos
Quando não as consegui conter mais nos olhos
Atados para não te ver.
São caminhos de água numa dança de sangue e pecado consumado pela minha mão na tua pele, branca, ansiosa por mim.
Escorreram-me as lágrimas da boca até ao chão
Em gotas grossas, pesadas, adjacentes a um beijo teu.
E loucos, os meus dedos apertam-me o olhar para nunca mais te ver. Espeto o canto que me resta da unha do indicador direito no centro da tua memória e raspo-a como se o pudesse mesmo fazer. Não posso! Mas vou raspá-la de ti, arrancar-te os olhos em vez dos meus. Não me vês!... E eu
quarta-feira, abril 22, 2009
Letargia do coração
Acordei na letargia dos dias-iguais-a-outros-dias. Nada me embala mas eu sinto que os meus pés não tocam o chão; arrastam-se nas partículas de ar que foste sugando e transformando numa coisa ainda sem nome. Penso mas não executo. Sorrio mas não sinto.
Trago um formigueiro no coração como quando durmo sobre o braço e acordo como se ele não fizesse parte de mim. Atiro-o contra a parede, com força, até que o sinta de novo. Bato-lhe, belisco-o mas no coração não funciona desta maneira.
Ele formiga.
Ele não faz mais parte de mim.
Trago um formigueiro no coração como quando durmo sobre o braço e acordo como se ele não fizesse parte de mim. Atiro-o contra a parede, com força, até que o sinta de novo. Bato-lhe, belisco-o mas no coração não funciona desta maneira.
Ele formiga.
Ele não faz mais parte de mim.
sexta-feira, abril 03, 2009
Rameira.
Vou gravitando pelas vielas escuras de salto vermelho e vestido rendado e desbotado. Sou puta velha, desgastada. Vendo o meu corpo por menos de um sorriso à procura dos teus lábios nos lábios deles.
Vou num desfile cambaleante por entre as luzes ofuscantes no calor húmido das ruas pequenas e fechadas até parar na esquina dos costume, por baixo do toldo azul, ao lado do caixote onde guardo a minha vida. Sou vadia de meias sem qualidade e lábios desbotados do meu próprio sangue.
Estou aqui! Venham e devorem-me. Há feridas e dores e palmadas e chutos na cabeça que só eu consigo oferecer. Há beijos e mordidas e chupões e palavras doces que só eu sei dizer. Venham!... Tentem levar daqui o que ainda não levaram, rasguem-me um pouco mais que o calor é impossível dentro de mim. Batam-me, rebentem-me para eu me sentir viva!
Sou puta velha e desgastada de beijos guardados e oferecidos ao desbarato. Sou o vestido roto que todos vêm e não consigo mais esconder; as meias ragadas nos joelhos (antes fosse de tanto rezar por ti, meu amor. Não é!); os punhos fechados, os lábios estirados, sorriso rasgado e mente perturbada.
Gravito nas vielas, gemo nas camas.
É uma putísse!... (Não é?)
Vou num desfile cambaleante por entre as luzes ofuscantes no calor húmido das ruas pequenas e fechadas até parar na esquina dos costume, por baixo do toldo azul, ao lado do caixote onde guardo a minha vida. Sou vadia de meias sem qualidade e lábios desbotados do meu próprio sangue.
Estou aqui! Venham e devorem-me. Há feridas e dores e palmadas e chutos na cabeça que só eu consigo oferecer. Há beijos e mordidas e chupões e palavras doces que só eu sei dizer. Venham!... Tentem levar daqui o que ainda não levaram, rasguem-me um pouco mais que o calor é impossível dentro de mim. Batam-me, rebentem-me para eu me sentir viva!
Sou puta velha e desgastada de beijos guardados e oferecidos ao desbarato. Sou o vestido roto que todos vêm e não consigo mais esconder; as meias ragadas nos joelhos (antes fosse de tanto rezar por ti, meu amor. Não é!); os punhos fechados, os lábios estirados, sorriso rasgado e mente perturbada.
Gravito nas vielas, gemo nas camas.
É uma putísse!... (Não é?)
segunda-feira, março 30, 2009
Vou embora.
Levantei-me devagar e caminhei pelo traço de luz que rasgava as cortinas e a janela e os copos e os meus olhos. Cada passo gemia debaixo de mim num tom azedo de dor e de paixão, como se todo o meu peso e a minha carne gritassem, sufocados na minha garganta já seca. No adagio do meu corpo a lentidão da tua respiração em compassos certos e lentos. Cada suspiro um passo meu: exacto, preciso, desdobrado, conciso!... Não fosse o teu corpo inerte levantar-se num abraço meloso e derreter-se por cima de mim.
No canto, agarro os restos do nosso suor colados na roupa meio-minha-meio-nossa e empilho o meu coração no topo, lado-a-lado a um sorriso meu. Vesti tudo- o sorriso, o coração colado de papel, a roupa, o teu suor e o nosso cheiro. E agora? Estou sentado debaixo da cama, debaixo dos sussuros, dos gemidos loucos de prazer, dos corpos alados, dos braços suados, dos beijos ariscos no canto da boca... Consigo assistir ao meu próprio teatro, à fachada do meu corpo pintada de uma cor não minha e não sei entrar. Sinto-me prisioneiro fora do meu próprio corpo.
Estou sentado com a tua boca colada à minha.
Nas mãos trago a vertigem do teu corpo.
Nos olhos tenho aranhas e estrelas velhas, caducas de luz fugidia.
Nem de esguelha, com olhar altivo, nem de frente nem deitado te consigo pintar a estrela no canto olho!
E não posso mais passar-te a mão no corpo com outra pele na minha mão;
beijar-te com outro beijo que não o teu;
amar-te com um coração falso de papel...
Colho de novo a minha gargalhada longa e profunda e solto-a à saída. Quando acordares tens um beijo falso depositado nos teus cabelos e o corpo afagado pela pele de outro alguém. Desculpa. Vou embora.
No canto, agarro os restos do nosso suor colados na roupa meio-minha-meio-nossa e empilho o meu coração no topo, lado-a-lado a um sorriso meu. Vesti tudo- o sorriso, o coração colado de papel, a roupa, o teu suor e o nosso cheiro. E agora? Estou sentado debaixo da cama, debaixo dos sussuros, dos gemidos loucos de prazer, dos corpos alados, dos braços suados, dos beijos ariscos no canto da boca... Consigo assistir ao meu próprio teatro, à fachada do meu corpo pintada de uma cor não minha e não sei entrar. Sinto-me prisioneiro fora do meu próprio corpo.
Estou sentado com a tua boca colada à minha.
Nas mãos trago a vertigem do teu corpo.
Nos olhos tenho aranhas e estrelas velhas, caducas de luz fugidia.
Nem de esguelha, com olhar altivo, nem de frente nem deitado te consigo pintar a estrela no canto olho!
E não posso mais passar-te a mão no corpo com outra pele na minha mão;
beijar-te com outro beijo que não o teu;
amar-te com um coração falso de papel...
Colho de novo a minha gargalhada longa e profunda e solto-a à saída. Quando acordares tens um beijo falso depositado nos teus cabelos e o corpo afagado pela pele de outro alguém. Desculpa. Vou embora.
quarta-feira, março 25, 2009
De novo (azul)
Os meus braços não têm mais por onde te agarrar. Deixei que crescesses ao ponto de não te possuir e nem te poder mais controlar. Mas continuas aí, especado à minha espera. Sempre azul. Antes subias de mansinho pela corda das minhas lágrimas mas hoje deixaste-te de fitas e arrancaste-me os cabelos. São mais fortes, mais animais, mais tu, mais eu, mais aquilo que queres que eu faça! São os meus cabelos que te deixam subir até mim agora porque as lágrimas deixaram de ser escassas. Escorregam-te nas mãos onde agarravas o meu coração. Escorregou-te... Escorregou-te e tu, inocente deixaste. Ou deixei eu, ou levaste-o tu. Ladrão!!
És ladrão de tudo. Foste ladrão de sonhos quando a distância foi maior que o amor. Foste ladrão de corpos quando os abraços foram maiores que os beijos. E agora? Diz-me, por favor. Conta-me o que me tiraste em troco do vazio que deixaste a corroer-me por dentro. Diz-me!!! Diz-me, diz-me diz-me, diz... -me, diz-me, por favor...!
Não quero que o leves de mim. (Não o leves...)
Canso-me da tua cor azul timbrada de sorrisos falsos. És medo e nunca vais mudar.
És ladrão de tudo. Foste ladrão de sonhos quando a distância foi maior que o amor. Foste ladrão de corpos quando os abraços foram maiores que os beijos. E agora? Diz-me, por favor. Conta-me o que me tiraste em troco do vazio que deixaste a corroer-me por dentro. Diz-me!!! Diz-me, diz-me diz-me, diz... -me, diz-me, por favor...!
Não quero que o leves de mim. (Não o leves...)
Canso-me da tua cor azul timbrada de sorrisos falsos. És medo e nunca vais mudar.
.ser-te
Ser-te aconchego nas noites longas
Que te elevam e te fazem levitar para longe do teu mundo;
Ser-te caminho vibrante ao som da tua gargalhada
Louca, profunda, de pés roçando o tecto do Universo.
Ser-te a vertigem de baixo para cima ou o arrepio no peito
Quando te cruzas de mansinho comigo, Amor.
E ser-te o abraço de sol a entrar nas gretas da janela,
Os braços que te pegam leve até à cama vazia do teu corpo.
E ser o sono, o sonho e a tua e só tua bonança.
Ser-te sempre... Sempre até adormeceres.
Que te elevam e te fazem levitar para longe do teu mundo;
Ser-te caminho vibrante ao som da tua gargalhada
Louca, profunda, de pés roçando o tecto do Universo.
Ser-te a vertigem de baixo para cima ou o arrepio no peito
Quando te cruzas de mansinho comigo, Amor.
E ser-te o abraço de sol a entrar nas gretas da janela,
Os braços que te pegam leve até à cama vazia do teu corpo.
E ser o sono, o sonho e a tua e só tua bonança.
Ser-te sempre... Sempre até adormeceres.
sábado, março 14, 2009
Encruzilhada
Estacionei o carro à tua porta e fiquei. O turbilhão que me invadia a mente depressa se transformou na imensidão do nada que todos os dias me vem pousar a mão no ombro como se nada mais pudesse fazer que não deixa-lo entrar em mim. E não posso fazer mais nada,mesmo! Por isso fiquei ali: mãos nervosas, pé a bater no acelerador, cabeça dorida e coração aberto.
A casa continua cor-de-rosa mas há mais casas à volta da casa que sempre foi tua. No meu carro, sei que devia entrar pela porta e pedir-te desculpa por tudo o que não consigo fazer. Tornei-me tão bom nisso!... Agora que penso no assunto, sou óptimo nas desculpas. Sou profissional das mágoas escondidas e das meias palavras. Falo mas parece que nunca digo tudo. Peço desculpa para tentar apagar o âmago do que me correr por dentro mas nunca pára, nunca se esgota. Mas não são só as desculpas! Treinei-me para não saber o que fazer, para não saber mais o que dizer. Transformei-me num ser meio impotente que espera que o universo trabalhe. Eu sempre acreditei nisso! Mas agora vivo como se não pudesse fazer nada para o alterar.
Consigo ver-te na cama onde me abraçaste pela primeira vez com a música perfeita a tocar para nós. Consigo ver a minha mão no teu cabelo. Só não consigo entrar.
Não consigo saltar a parede que cresce entre o que sou e o que quero ser. É altiva, gigante de lágrimas e soluços. Não sei o que fui lá fazer! O caminho guiou-me até aí mas na encruzilhada deixei-me perder.
É altiva, a parede dentro de mim.
A casa continua cor-de-rosa mas há mais casas à volta da casa que sempre foi tua. No meu carro, sei que devia entrar pela porta e pedir-te desculpa por tudo o que não consigo fazer. Tornei-me tão bom nisso!... Agora que penso no assunto, sou óptimo nas desculpas. Sou profissional das mágoas escondidas e das meias palavras. Falo mas parece que nunca digo tudo. Peço desculpa para tentar apagar o âmago do que me correr por dentro mas nunca pára, nunca se esgota. Mas não são só as desculpas! Treinei-me para não saber o que fazer, para não saber mais o que dizer. Transformei-me num ser meio impotente que espera que o universo trabalhe. Eu sempre acreditei nisso! Mas agora vivo como se não pudesse fazer nada para o alterar.
Consigo ver-te na cama onde me abraçaste pela primeira vez com a música perfeita a tocar para nós. Consigo ver a minha mão no teu cabelo. Só não consigo entrar.
Não consigo saltar a parede que cresce entre o que sou e o que quero ser. É altiva, gigante de lágrimas e soluços. Não sei o que fui lá fazer! O caminho guiou-me até aí mas na encruzilhada deixei-me perder.
É altiva, a parede dentro de mim.
terça-feira, março 10, 2009
In Another Life
"I have known you my whole life
When you were ten, you said you'd make me your wife
Eight years later you won me over
Just as I took the world on my shoulders
I got used to living without you
Endless phone calls and dreaming about you
Always said that you were my man to be
But I guess I was in love with your memory
You know I love you, I really do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life
I know I said that I would keep my word
I wished that I could save you from the hurt
But things will never go back to how we were
I'm sorry I can't be your world
You know I love you, I really do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life (another life)
The way you're holding on to me
Makes me feel like I can't breathe
Just let me go, just let me go
It just won't feel right inside
God knows I've tried
You know I love you, you know I do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life, in another life
In another life ..."
When you were ten, you said you'd make me your wife
Eight years later you won me over
Just as I took the world on my shoulders
I got used to living without you
Endless phone calls and dreaming about you
Always said that you were my man to be
But I guess I was in love with your memory
You know I love you, I really do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life
I know I said that I would keep my word
I wished that I could save you from the hurt
But things will never go back to how we were
I'm sorry I can't be your world
You know I love you, I really do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life (another life)
The way you're holding on to me
Makes me feel like I can't breathe
Just let me go, just let me go
It just won't feel right inside
God knows I've tried
You know I love you, you know I do
But I can't fight anymore for you
And I don't know, maybe we'll be together again
Sometime, in another life
In another life, in another life
In another life ..."
sábado, março 07, 2009
Coexisto
Larguei-te as lágrimas nas mãos como se largam os vultos da minha janela: de mãos dadas e cabeças erguidas. Soltei-me do teu abraço apertado, da tua respiração lenta na minha (sempre tua) nuca e soltei o último gemido. Sem te acordar fugi para aquele canto vazio onde as caixas deixaram marcas da mudança, como um sinal de que a vida não era suposto ser assim, e fiquei. Os vultos vão caindo, meio felizes, meio tristes para a imensidão do vazio que se acomodou fora de nós.
Acho que aquele olhou para mim. Não! Eles não me conseguem ver. Não. Têm os olhos fechados para não saberem que sou eu o vazio lá fora, carregado de lágrimas desfeitas no chão. Sou eu os vultos de cabeça erguida e carne podre que se atiram para dentro de mim. E ninguém me vê!... E eu vejo tudo...! Todo aquele vazio, todo aquele vazio!... Que vai, devagar, como se o tempo não fizesse sentido nenhum, devorando os restos das tuas mãos no meu cabelo...
Dos teus beijos...
Do teu cheiro (o teu cheiro...).
Ninguém me vê. (odeio!)
Ah, acho que aquele olhou para mim! Suspirou, abraçou o ar pesado e atirou-se do outro lado da cama à procura do calor que ainda resta. E resta tão pouco, meu amor, tão pouco!
Aqui, os meu braços abarcam todo o meu silêncio e o meu coração desfaz-se em cada gota de sangue que cai sem querer dos meus dedos apertados. Trago os punhos cerrados para não ceder de novo. Quero guardar-te mais forte, mais dentro de mim mas... Não sei mais como fazê-lo. Ah, não sei mais o que fazer!
Sou dois, eu sou dois! Sou quem está abraçado a ti; sou o vazio dos vultos voadores.
Sou dois. Sou dois e não posso mais coexistir assim. Não sou mais eu. Sou dois sem identidade, sem rumo, sem caminho, sem pedaços de pão que me guiem na noite cerrada.
Sou assim... dois vultos cobertos de sangue e pecado, de punhos cerrados, dedos apertados, e olhar no vazio (no infinito do que [somos][eramos][vamos ser][quero ser]). Sou os dois vultos lentos na irrealidade do tempo, lentos como as imagens e memórias que se escapam de mim. Sou os passos sincronizados, os dedos entrelaçados. E sou a queda... De tudo para dentro de mim.
Dos teus beijos...
Do teu cheiro (o teu cheiro...).
Ninguém me vê. (odeio!)
Ah, acho que aquele olhou para mim! Suspirou, abraçou o ar pesado e atirou-se do outro lado da cama à procura do calor que ainda resta. E resta tão pouco, meu amor, tão pouco!
Aqui, os meu braços abarcam todo o meu silêncio e o meu coração desfaz-se em cada gota de sangue que cai sem querer dos meus dedos apertados. Trago os punhos cerrados para não ceder de novo. Quero guardar-te mais forte, mais dentro de mim mas... Não sei mais como fazê-lo. Ah, não sei mais o que fazer!
Sou dois, eu sou dois! Sou quem está abraçado a ti; sou o vazio dos vultos voadores.
Sou dois. Sou dois e não posso mais coexistir assim. Não sou mais eu. Sou dois sem identidade, sem rumo, sem caminho, sem pedaços de pão que me guiem na noite cerrada.
Sou assim... dois vultos cobertos de sangue e pecado, de punhos cerrados, dedos apertados, e olhar no vazio (no infinito do que [somos][eramos][vamos ser][quero ser]). Sou os dois vultos lentos na irrealidade do tempo, lentos como as imagens e memórias que se escapam de mim. Sou os passos sincronizados, os dedos entrelaçados. E sou a queda... De tudo para dentro de mim.
quarta-feira, março 04, 2009
Queria amar-te, sei disso agora. Queria amar-te incessantemente, não ter dúvidas e saber-me sempre teu. Queria não achar que estás longe, que estás no teu pŕoprio mundo a pensar que me amas. Queria não pensar que sou uma das tuas ilusões e que cada diz que passa ficas mais longe de mim. Queria saber que não sou um vício, que não sou razão de ansiedade, de uma unha roida, de berros loucos e lagrimas soltas. Queria ser só eu. Queria abraçar-te e não sentir repulsa por te saber noutra dimensão. Queria um beijo teu e não pensar que afinal já não me queres. Queria um beijo teu e não sentir a tua língua noutra boc! Queria um beijo teu e não sentir o teu sabor. Queria um beijo teu... Queria só um beijo teu.
Queria amar-te, soube disse agora. Queria saber-me rodeado dos teus braços sem me sentir relutante a ficar. Queria sentir falta do calor do teu corpo enroscado em mim. Queria sentir-te perto, sentir-te respirar no meu pescoço, sorrir por cima de mim. Queria sentir o teu amor. Queria sentir o teu amor... à noite antes de adormecer.
Queria... Prometo que queria...!
Queria amar-te, soube disse agora. Queria saber-me rodeado dos teus braços sem me sentir relutante a ficar. Queria sentir falta do calor do teu corpo enroscado em mim. Queria sentir-te perto, sentir-te respirar no meu pescoço, sorrir por cima de mim. Queria sentir o teu amor. Queria sentir o teu amor... à noite antes de adormecer.
Queria... Prometo que queria...!
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Cold Today
Está frio do outro lado.
De vez em quando ganho coragem e arrasto-me para perto do vulto do teu corpo aninhado em mim para descobrir de novo que te foste embora sem avisar. Fica frio sem ti aqui! Os meus pés enrolam-se sozinhos e os meu braços abarcam a monotonia dos meus dias e nem assim, amor, debaixo do branco sem estrelas, das janelas sem cortinas e das portas fechadas me sinto seguro.
Está frio do outro lado.
E eu durmo aqui à espera de te ver chegar: quieto, calado, diferente.
De vez em quando ganho coragem e arrasto-me para perto do vulto do teu corpo aninhado em mim para descobrir de novo que te foste embora sem avisar. Fica frio sem ti aqui! Os meus pés enrolam-se sozinhos e os meu braços abarcam a monotonia dos meus dias e nem assim, amor, debaixo do branco sem estrelas, das janelas sem cortinas e das portas fechadas me sinto seguro.
Está frio do outro lado.
E eu durmo aqui à espera de te ver chegar: quieto, calado, diferente.
quinta-feira, janeiro 01, 2009
Novo
Queria agarrar-te a mão. Queria encostar a tua cabeça no meu peito possante do teu cheiro (quase desconhecido). Queria saltar, agarrar-te a meio do salto gigante das nossas longas pernas, maiores que todas os outras quando juntas e entrelaçadas. Queria abraçar-te e entrar em ti, ser só um e saber-te em mim. Queria contar contigo o início da nova vida, cronometrar corações, sincronizar a respiração!... Ai!
Era noite e tu não estavas. Ou era eu quem não estava?... É uma decisão difícil de tomar. Eu não estava; tu não estavas também. A multidão atropelava-se para chegar ao centro do nada que as envolvia em grupos gigantes e em conversas casuais como a chuva que decidiu parar no momento certo. Chovera o dia inteiro mas parou. O caminho era torduoso e o meu céu estava fosco como se toda a luz fora finalmente roubada. Sei quem a roubou mas não o consigo fazer devolver. E é sempre o mesmo, sempre tu quem ma roubas à noite para nunca ma devolveres. Retiras pouco a pouco cada pedaço para que eu não repare que fico mais escuro, menos intenso, à espera da devolução total, da troca anciosa da minha luz pelo teu olhar de esguelha, sempre de esguelha; sempre com medo... ( Ainda) o mesmo medo. Mas tu podes olhar para mim! Eu não brilho mais. Encara-me de frente que já não te desapareço dos olhos, nunca mais.
Bom, mas o caminho era torduoso. Cada pé longe dos outros pés mas os ombros encolhem e não evitam o roçar dos corpos inertes. Cheguei ao centro do nada para descobrir que o nada final era imenso, grande e altivo como a montanha de vento do outro lado do rio. E esperei. Esperei por ti de novo e nunca chegaste. Não sei se voltas a chegar novamente. Antes eras certeiro com o sussurro do meu coração. Não passava um minuto em que não estivesses lá: mão colada a mim e olhar desligado do mundo, perdido dentro do meu (saudade dos teu olhos... Suspiro e nem me oiço). Ou... Não, com certeza não foi apenas um plano dos fazedores de sonhos. Eu acredito, eu acredito que já aqui estiveste comigo. Eu sei! Eu sei, eu sei, eu sei, amor...! Continuo à espera mas a contagem terminou. Os ares foram inundados de luz pulsante mas eu continuo escuro.
Queria ter-te agarrado a mão. Queria ter saltado de mãos dadas. Queria ter contado ao contrario e falado sem pensar. Queria ter tido a tua cabeça e o teu abraço e o teu cabelo desalinhado na perfeição e o teu beijo. Mas em vez disso eu não estava. Tu não estavas. De novo e de novo outra vez...
[Triste].
Era noite e tu não estavas. Ou era eu quem não estava?... É uma decisão difícil de tomar. Eu não estava; tu não estavas também. A multidão atropelava-se para chegar ao centro do nada que as envolvia em grupos gigantes e em conversas casuais como a chuva que decidiu parar no momento certo. Chovera o dia inteiro mas parou. O caminho era torduoso e o meu céu estava fosco como se toda a luz fora finalmente roubada. Sei quem a roubou mas não o consigo fazer devolver. E é sempre o mesmo, sempre tu quem ma roubas à noite para nunca ma devolveres. Retiras pouco a pouco cada pedaço para que eu não repare que fico mais escuro, menos intenso, à espera da devolução total, da troca anciosa da minha luz pelo teu olhar de esguelha, sempre de esguelha; sempre com medo... ( Ainda) o mesmo medo. Mas tu podes olhar para mim! Eu não brilho mais. Encara-me de frente que já não te desapareço dos olhos, nunca mais.
Bom, mas o caminho era torduoso. Cada pé longe dos outros pés mas os ombros encolhem e não evitam o roçar dos corpos inertes. Cheguei ao centro do nada para descobrir que o nada final era imenso, grande e altivo como a montanha de vento do outro lado do rio. E esperei. Esperei por ti de novo e nunca chegaste. Não sei se voltas a chegar novamente. Antes eras certeiro com o sussurro do meu coração. Não passava um minuto em que não estivesses lá: mão colada a mim e olhar desligado do mundo, perdido dentro do meu (saudade dos teu olhos... Suspiro e nem me oiço). Ou... Não, com certeza não foi apenas um plano dos fazedores de sonhos. Eu acredito, eu acredito que já aqui estiveste comigo. Eu sei! Eu sei, eu sei, eu sei, amor...! Continuo à espera mas a contagem terminou. Os ares foram inundados de luz pulsante mas eu continuo escuro.
Queria ter-te agarrado a mão. Queria ter saltado de mãos dadas. Queria ter contado ao contrario e falado sem pensar. Queria ter tido a tua cabeça e o teu abraço e o teu cabelo desalinhado na perfeição e o teu beijo. Mas em vez disso eu não estava. Tu não estavas. De novo e de novo outra vez...
[Triste].
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