Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, julho 22, 2009

Nada.

Há ao fundo um caminho cruzado
Um miúdo perdido
Um corpo rasgado.

Traz na mão, pulsante
A vida pendente
De um destino quebrado.

Os olhos parados,
Os braços molhados
Do sangue que escorre
Do peito dormente.

Nada se ouve
Nada se passa
Nenhum caminho é o certo
Está perdido e sem nada.

domingo, julho 19, 2009

Did you say it?
"I love you."
"I don't ever want to live without you."
"You changed my life."

Did you say it?

Make a plan, set a goal, work towards it.
But every now and then look around, drink it in.

Cause this is it...
It might all be gone tomorrow

Grey's Anatomy season finale

sexta-feira, julho 17, 2009

Estranheza.

Sou um estranho na minha própria vida. Não é o meu corpo que desliza no espelho embaciado pelos rastos do passado. Eu estou fora. Longe de mim.

Não sei o que quero ou quem quero ser. Amanhã não sei como quero acordar e o que quero fazer. Não sei sequer onde me leva o ritmo acentuado do coração quando não sei como me entregar. Não sei.

sexta-feira, julho 10, 2009

Olhar trancado.

Largo as minhas mãos nas tuas, vazias, na imensidão do que ainda não se disse. Mantemos o silêncio ou o olhar trancado para evitar o exagero da paixão que estupidamente se desenrola entre nós. Os meus olhos transbordam-te nesse sorriso doce e fulminante que não me deixa nunca aterrar sem ser de cabeça; transbordam o pecado consumado nas ilusões diárias, os suspiros nunca trocados...

Deixo-me em ti como se não pudesse nunca mais soltar-me. Inseguro, estendo o corpo amarrotado com medo que os vincos mais fundos larguem a tua mão da minha. Há marcas e tatuagens que não posso nunca apagar; restos de mim, perdidos no caminho incerto até ti. Escondo as feridas, disfarço-me em sorrisos.

Espero-te no canto onde sempre te conheci. O teu ritmo acende-me as palavras que eu bloqueio num beijo meio desastrado. Cansa-me a distância entre os teus lábios e os meus... mas há segredos ainda por contar.

quarta-feira, julho 08, 2009

terça-feira, julho 07, 2009

Abaixo aos limites!




É do café, com certeza, esta imensa ansiedade que não me deixa ficar com a mão longe do telefone. Não é que queria uma chamada ou uma mensagem! Quero é que de repente me apareças debaixo da janela com os lábios molhados à espera dos meus! E o telefone é só uma forma estúpida de sentir o tempo passar: cada vez que vibra parece que o tempo passa mais depressa; por outro lado raramente és tu. Limitas-me o coração. Não. Eu limito o meu coração.

Estou numa fase de impor limites e barreiras aos meus próprios sentimentos. Não estou disponível para mais falhas, não tenho mais pernas para correr sem saber onde vou chegar e os meus braços só alcançam o que os meus olhos conseguem ver. Para além disso... fico sentado. Não quero tentar apanhar nada que não posso. Se não fico assim... com o café a correr pelas veias e o cérebro a queimar por dentro.

Café a mais.
Os teus beijos fazem-me falta.
Os meus braços já me imploram o teu corpo...

Oh! Danem-se os limites que as barreiras acabaram todas de cair! Danem-se os meus medos e os meus pecados mentais que já só te querem com os braços amarrados a uma cama e a boca entre-aberta a implorar por mais! Danem-se as meias palavras e as pistas, estúpidas, que eu vou deixando para saberes o que quero! Eu quero é que me queiras! Que me desejes e me anseies com a força toda da cafeína que me corre pelo corpo todo! Ai! Aih!...
Schiu!

Devora-me.


Não é que me queria derrubar por cima de ti. É que o meu corpo já se vai desfazendo em pedaços que vou deixando nos cantos da tua vida meio vazia.

segunda-feira, julho 06, 2009

De volta.



De volta aos dias cinzentos fechados dentro de mim, aos suspiros alongados nos meus lábios pela tua boca.
De volta às vertigens das mãos coladas, dos pés num reboliço a que o corpo não consegue mais responder.
De volta aos sussurros discretos que descolam palavras que não se querem dizer, às gargalhas, aos sorrisos involuntários como se nada mais pudesse ser evitado.

De volta aos beijos...
De volta ao emaranhar das línguas numa doce e demorada sedução.

De volta a mim a voltar para ti;
À minha pele seca, ardida no teu toque quente;
Aos pensamentos certos, errados de tanta incerteza.

De volta ao meu olhos poisados em ti, aos meus dedos no teu corpo
E a ti... A ti dentro de mim.

quinta-feira, julho 02, 2009

Coma.


Nada mais me cabe cá dentro. Trago a incerteza colada ao peito como uma tatuagem no local errado. Quero arrancá-la, atirá-la ao chão e fugir dela como se fosse daquelas decisões gigantes que nunca, mas mesmo nunca queremos tomar.
Nada mais me cabe cá dento... como se de repente pudesse transbordar. Seriam sonhos e lágrimas e palavras e sorrisos, tudo estilhaçado! Tudo coberto de sangue e carne podre do meu corpo! Eram os beijos, os abraços, os olhares, os jantares, as caminhadas nos sítios todos que conhecemos, as mãos dadas, as noites da lagoa, as dormidas nos carros, as viagens, o amor todo a escorrer-me pelos poros, pelos olhos, por tudo!... São estas as noites, mais sozinhas que as outras noites, em que tudo transborda sem nada mais entrar.

E eu sei lá como te ultrapassar, sei lá como dizer que sim ou que não a este coração que morreu! Sei lá como fingir que palpito ou que amo e me apaixono! Eu nem sei morar com a peça morta que se alojou no meu peito!... Há uma falha, sei lá, uma falha como se fosse um coma profundo do coração. Não morreu or completo mas... está ausente. Não existe de momento. Se lhe ligares vai directo ao atendedor automático- o vazio após todo o transbordar.

É isso mesmo. Eu tenho um coma no coração!

Acordem-me, por favor!