Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

terça-feira, julho 26, 2005

Deixas em mim...

Ao sabor do bater do meu coração, tomo consciência dos pedaços que fui roubando. É como um ritual! Deixo-te um pedaço meu em cima da mesa de cabeceira e rasgo-te a carne à procura de algo que não te faça falta, para levar. Acho sempre que deixo demais. Penso sempre que trouxe de menos. Mas de trouxe demais.
"Deixas em mim tanto e ti..."
Para quê saber que és de outro se para mim és as mesma pessoa? Entrega-te de corpo porque a alma é minha! São meus os sussurros iniciais, as procuras incessantes por novos prazeres, os toques animalescos troados na penumbra de uma cama a cantar... São meus! E não os consigo descolar da minha pele. São como uma pasta de intenso vermelho que se me cola aos poros mais fechados, que me colam o corpo e a alma, o coração e o amor.
São meus!
"Deixas em mim tanto de ti...!"

terça-feira, julho 05, 2005

"Amo-te. Mas morri"


Hoje tudo mudou. "Amo-o" e o meu mundo caiu-me aos pés. Agora sim, só agora, tenho a certeza que foste embora sem deixar rasto que me ajude a encontrar-te de novo. Como eu te tentei guardar... Tentei tanto...!
Nã se guardam borboletas entre as mãos. Não se hes pode tocar nas asas senão deixam de voar, perdem aquele pó mágico de encantar. Não se guardam as borboletas... Mas odeio ver-te voar.
[Voas devagarinho sobre o teu mundo novo. Novos caminhos, novas luzes, novas estrelas (nunca as que soprei no meu tecto), novos rumos a sorrir... E eu aqui. Continuas guardada na palma da minha mão. E, quando um dia te sentires vazia, sabes onde estarei. No centro da tempestado, junto ao comboio voador e aos retalhos de luar que pintei para ti. Perto do banco de jardim que nunca partilhámos, à saída da casa que nunca conhecemos... "Amo-te. Mas morri"]