Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sexta-feira, julho 10, 2009

Olhar trancado.

Largo as minhas mãos nas tuas, vazias, na imensidão do que ainda não se disse. Mantemos o silêncio ou o olhar trancado para evitar o exagero da paixão que estupidamente se desenrola entre nós. Os meus olhos transbordam-te nesse sorriso doce e fulminante que não me deixa nunca aterrar sem ser de cabeça; transbordam o pecado consumado nas ilusões diárias, os suspiros nunca trocados...

Deixo-me em ti como se não pudesse nunca mais soltar-me. Inseguro, estendo o corpo amarrotado com medo que os vincos mais fundos larguem a tua mão da minha. Há marcas e tatuagens que não posso nunca apagar; restos de mim, perdidos no caminho incerto até ti. Escondo as feridas, disfarço-me em sorrisos.

Espero-te no canto onde sempre te conheci. O teu ritmo acende-me as palavras que eu bloqueio num beijo meio desastrado. Cansa-me a distância entre os teus lábios e os meus... mas há segredos ainda por contar.

2 comentários:

Adão disse...

E há segredos ainda por ocultar.

Ana Paula disse...

Existem sempre segredos...algures dentro de nós!!!
Bjinho