Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quinta-feira, abril 30, 2009

Léguas


Escorreram-me as lágrimas por entre os dedos
Quando não as consegui conter mais nos olhos
Atados para não te ver.

São caminhos de água numa dança de sangue e pecado consumado pela minha mão na tua pele, branca, ansiosa por mim.

Escorreram-me as lágrimas da boca até ao chão
Em gotas grossas, pesadas, adjacentes a um beijo teu.

E loucos, os meus dedos apertam-me o olhar para nunca mais te ver. Espeto o canto que me resta da unha do indicador direito no centro da tua memória e raspo-a como se o pudesse mesmo fazer. Não posso! Mas vou raspá-la de ti, arrancar-te os olhos em vez dos meus. Não me vês!... E eu não sou teu.

1 comentário:

Cáh disse...

olá... Cá estou... ainda não totalmente preparada pra voltar, mas em busca de inspirações mais positivas e não a suicídio da alma...

Pra começar, me encantou a imagem, querer e não poder, ter e ter que engolir, quando chegar ao estômago ter que cuspir! Um vai-e -vem na pele da gente que mata!


Não esqueço teu canto nem por um segundo... fiquei aqui belos minutos lendo tuas palavras, embora algumas tão tristonhas, o encanto é maior!

beijos... suadades!