Larguei-te as lágrimas nas mãos como se largam os vultos da minha janela: de mãos dadas e cabeças erguidas. Soltei-me do teu abraço apertado, da tua respiração lenta na minha (sempre tua) nuca e soltei o último gemido. Sem te acordar fugi para aquele canto vazio onde as caixas deixaram marcas da mudança, como um sinal de que a vida não era suposto ser assim, e fiquei. Os vultos vão caindo, meio felizes, meio tristes para a imensidão do vazio que se acomodou fora de nós.
Acho que aquele olhou para mim. Não! Eles não me conseguem ver. Não. Têm os olhos fechados para não saberem que sou eu o vazio lá fora, carregado de lágrimas desfeitas no chão. Sou eu os vultos de cabeça erguida e carne podre que se atiram para dentro de mim. E ninguém me vê!... E eu vejo tudo...! Todo aquele vazio, todo aquele vazio!... Que vai, devagar, como se o tempo não fizesse sentido nenhum, devorando os restos das tuas mãos no meu cabelo...
Dos teus beijos...
Do teu cheiro (o teu cheiro...).
Ninguém me vê. (odeio!)
Ah, acho que aquele olhou para mim! Suspirou, abraçou o ar pesado e atirou-se do outro lado da cama à procura do calor que ainda resta. E resta tão pouco, meu amor, tão pouco!
Aqui, os meu braços abarcam todo o meu silêncio e o meu coração desfaz-se em cada gota de sangue que cai sem querer dos meus dedos apertados. Trago os punhos cerrados para não ceder de novo. Quero guardar-te mais forte, mais dentro de mim mas... Não sei mais como fazê-lo. Ah, não sei mais o que fazer!
Sou dois, eu sou dois! Sou quem está abraçado a ti; sou o vazio dos vultos voadores.
Sou dois. Sou dois e não posso mais coexistir assim. Não sou mais eu. Sou dois sem identidade, sem rumo, sem caminho, sem pedaços de pão que me guiem na noite cerrada.
Sou assim... dois vultos cobertos de sangue e pecado, de punhos cerrados, dedos apertados, e olhar no vazio (no infinito do que [somos][eramos][vamos ser][quero ser]). Sou os dois vultos lentos na irrealidade do tempo, lentos como as imagens e memórias que se escapam de mim. Sou os passos sincronizados, os dedos entrelaçados. E sou a queda... De tudo para dentro de mim.
Dos teus beijos...
Do teu cheiro (o teu cheiro...).
Ninguém me vê. (odeio!)
Ah, acho que aquele olhou para mim! Suspirou, abraçou o ar pesado e atirou-se do outro lado da cama à procura do calor que ainda resta. E resta tão pouco, meu amor, tão pouco!
Aqui, os meu braços abarcam todo o meu silêncio e o meu coração desfaz-se em cada gota de sangue que cai sem querer dos meus dedos apertados. Trago os punhos cerrados para não ceder de novo. Quero guardar-te mais forte, mais dentro de mim mas... Não sei mais como fazê-lo. Ah, não sei mais o que fazer!
Sou dois, eu sou dois! Sou quem está abraçado a ti; sou o vazio dos vultos voadores.
Sou dois. Sou dois e não posso mais coexistir assim. Não sou mais eu. Sou dois sem identidade, sem rumo, sem caminho, sem pedaços de pão que me guiem na noite cerrada.
Sou assim... dois vultos cobertos de sangue e pecado, de punhos cerrados, dedos apertados, e olhar no vazio (no infinito do que [somos][eramos][vamos ser][quero ser]). Sou os dois vultos lentos na irrealidade do tempo, lentos como as imagens e memórias que se escapam de mim. Sou os passos sincronizados, os dedos entrelaçados. E sou a queda... De tudo para dentro de mim.
1 comentário:
Eu NUNCA te perco de vista. Como te vejo... sempre =)
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