Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, setembro 29, 2010

Ainda me lembro quando me preenchias com as tuas ideias lentas e risadas gratuitas que levavam o nada que voltaste a instalar quando partiste. Nada é igual, sabes? Nada é igual! E não é que tenha deixado de procurar-te ou esperar-te neste quarto incompleto de estrelas que nunca mais vieste colar!... É só que agora espero de luz apagada convencido que não vais mais chegar. Espero sentado na cama debaixo do mesmo candeeiro e da mesma fotografia. Só a a cama é diferente. E as almofadas já te esqueceram.

Nada é igual agora... Só o meu braço teima em voltar ao lugar onde o teu corpo se costumava enroscar em mim. E eu, eu sei lá se te quero encontrar ali!...

Fecho os olhos ardentes de luz,
Abarco o nada que é meu eterno amante
E amanhã de manhã beijo o vazio mais uma vez...
Só mais uma vez.