Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quinta-feira, maio 14, 2009

Poisar-te


Trago-te nos braços enquanto me arrasto no infinito do que somos;
O teu corpo num abraço morto e frio.
Os teus olhos brancos pendentes num olhar vazio.
Os teus lábios, num vermelho de outros tempos
Numa enorme sede dos nossos (só nossos) beijos,
São agora timbrados e enrugados
Num roxo cor de morte ainda há pouco anunciada.

Sinto o teu peso nos meus passos pesados
E não sei onde mais te levar, meu amor de todos os tempos.

Serás peso e constância,
Serás beijo roxo mas nunca morto
Dentro do meu peito.

E agora arrasto-te devagar pelo mundo,
Pelo nosso mundo a preto e branco
Sempre à espera de um poiso só teu e meu
Onde te guardar para nunca nos perder.

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