Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, março 25, 2009

De novo (azul)

Os meus braços não têm mais por onde te agarrar. Deixei que crescesses ao ponto de não te possuir e nem te poder mais controlar. Mas continuas aí, especado à minha espera. Sempre azul. Antes subias de mansinho pela corda das minhas lágrimas mas hoje deixaste-te de fitas e arrancaste-me os cabelos. São mais fortes, mais animais, mais tu, mais eu, mais aquilo que queres que eu faça! São os meus cabelos que te deixam subir até mim agora porque as lágrimas deixaram de ser escassas. Escorregam-te nas mãos onde agarravas o meu coração. Escorregou-te... Escorregou-te e tu, inocente deixaste. Ou deixei eu, ou levaste-o tu. Ladrão!!
És ladrão de tudo. Foste ladrão de sonhos quando a distância foi maior que o amor. Foste ladrão de corpos quando os abraços foram maiores que os beijos. E agora? Diz-me, por favor. Conta-me o que me tiraste em troco do vazio que deixaste a corroer-me por dentro. Diz-me!!! Diz-me, diz-me diz-me, diz... -me, diz-me, por favor...!

Não quero que o leves de mim. (Não o leves...)

Canso-me da tua cor azul timbrada de sorrisos falsos. És medo e nunca vais mudar.

1 comentário:

Cáh disse...

Não sei ao certo o que dizer...
Da saudade infinita que senti depois de ler este post..


"Foste ladrão de sonhos quando a distância foi maior que o amor."

J[a tive distâncias assim, tentei mostrar que não era pequeno o amor, era grande a distância.. embora tenha sido inútil!

Mais uma vez tuas palavras trazem pra dentro do meu peito, coisas que nunca se esquecem, mas que deixam sempre um pouco de mel...

Beijos e uma ótima semana