Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sábado, fevereiro 26, 2005

Miss You Love

Não sei como me sentir, não tenho certeza de como o fazer, de como me expressar.
Maníaco-depressivo,
Doido varrido,
Lunático apaixonado,
Esquizofrénico enamorado.
Não sei como me sentir, como me suportar, como me comportar, o que dizer, como aguentar todos os dias o murmúrio da cidade sem a tua voz para o apagar... Esperei por ti todo o tempo do mundo mas não te quero para não parar de te procurar.
Não te quero possuir,
Não te quero alcançar porque estás tão perto,
Não te quero percorrer a pele escura que de tanto imaginar a sei minha todas as noites,
Não te quero respirar, ouvir sussurrar nesse tom de voz que de ilusão se fez milagre!...

Não sei como me sentir, como te agarrar para não te deixar partir de novo sem nunca realmente te tocar, como te engolir suavemente como mel sem que te coles nas minha entranhas ansiosas por ti...
"And I miss you love
And I miss you love
I love the way you love
But I hate the way I'm supposed to love you back"

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Remembering

"Eu e a Filipa no Port Aventura durante a viagem de finalistas a Lloret del Mar (a.l. 2001/2002)"`

É isto que tenho escrito desde "sempre" por detrás desta fotografia velha que está por cima do meu guarda-vestidos. Está presa num utensílio super moderno que me foi oferecido numa exibição que fiz ainda no meu outro grupo de dança (B.C.M.) por crianças e adultos que possuem cromossomia 21, não se adequa mas fica tão bem!...

Amanhã vou reve-la... Espero que não tenhas morrido no pedaço que eu conhecia.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

É o fim! Desculpa ser assim...

É o fim! O fim da paixão demedida, dos beijos acalentados, dos abraços nunca aparecidos... É o fim da noite fugidia de lágrimas ensanguentada, dos suspiros rastejantes, dos toques entre amantes... O fim da magia de não te ter, de te saber perdida nos caminhos onde me perco, de nos conhecer ilusão num beco sem saída.
Soubesses tu mais um pouco, que meu coração é louco de te devorar, que preenchido está o trono por um qualquer marajá. Pudesse eu ter certeza que o mundo mudaria de novo, voltasse o tempo, voasse de novo, subissem os rios e as lágrimas caídas... Aí, aí sim, meu amor tornado sujeito durante a noite fria, seria teu e tu serias minha.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Catástrofe

Que ninguém mais me sussurre poesia como tu,
Tornem-se duros todos os sons e as palavras
Enalteçam-se as cores, esses teus doces sabores...

Rasguem-se os céus em meu redor, caiam anjos!
Rosas voem pelos ares, açucenas pelos campos
Teus cabelos no meu pranto e tua pele na minha fronte.

Revoltem-se oceanos à minha estúpida passagem
Derrubem-se gigantes com esse beijo já roubado
E Consumem-se todos os pecados imaginados!

Oh!, que ninguém mais me sussurre poesia como tu,
Que se esvaneça a tua voz no meu peito assustado ...
Que morras!... E ressuscites no mais fundo de mim.

domingo, fevereiro 13, 2005

Crio-me no teu olhar revoltado de paixão
Reinvento-me na leveza da tua pele escura...
Que mais preciso dizer-te?
Fazes-me falta mas não te posso ter...

E é no adeus sempre adiado
Nos beijos sempre prometidos
No abraço sempre desejado
Que me deposito sempre
Como pó no fundo da água.

domingo, fevereiro 06, 2005

Dance2Breathe



"Dançar é conversar, é o cruzamento de linguagem com emoção, o canto que evoca a coreografia e a emoção que convida a viver... É estar presente deixando que o futuro surja e o passado desvaneça"


Foste tu que um dia citaste isto... Espero que continues a conversar, a cruzar, a deixar que o futuro desvaneça e que o futuro surja sempre do meu (nosso) lado.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Devolve-me a vida

Não sei porque continuo neste sufoco de menino afogado pelo ar que respira devagar. Não entendo porque te continuo a prender neste meu rebordo de abraço mal pintado, tão mal colorido... E não entendo porque continuo na elevação dos teus olhos alvos e macios, na incerteza do fantasma que se me espraia pelos abraços esboçados de sonhos nunca concretizados... Não te consigo deixar ser livre. Não consinto que me voes, que rejeites os meus abraços desenhados para ti sobre todo o mundo que se abate sobre mim. E é tão grande o mundo derrocado que se abate na imensa pequenez do que sou aqui. É tão imenso o silêncio que supera as palavras... o mesmo silêncio que encobre a realidade amarga do meu sufoco.
Oh... Como eu precisava de te respirar. De te pregar ao meu peito e beijar-te o infinito dessa pele. Sentir-te o palpitar, amar-te, beijar-te sobre tudo e todos, sem me saber existência neste mundo. Ai, não quero a minha existência! Devolve-me a vida que fugiu... por favor...! Devolve-me o coração que se quebrou nos estilhaços do tempo, as mãos que tão cedo percorreram a pele do teu sonho em mim, os segredos, as vergonhas... Devolve-me a ingenuidade, o brilho nos olhos pelo teu olhar... Ah, devolve-me a vida por favor.
Assalta-me num beijo, leva-me e troca-me, revolve-me e devolve-me com as ondas desse mar que te corre por dentro. Aceita-me, rejeita-me mas mantém-me seguro. Desenha tu um abraço para mim. Um redil que me cubra os medos, que me segure os segredos, um esboço leve no teu corpo proibído. Beija-me... Assalta-me... Devolve-me, por favor...

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Beber-te em sufoco

Tenho sede da tua carícia aveludada,
Desse lânguido escorrer pela minha pele,
Do cetim dos beijos , derrocadas de mel!...
Oh!, tenho sede da minha alma abraçada,

Sede do teu mundo de pesadas portadas
Das escuras palavras à lua exorcizadas...
Do teu coração ao teu peito pendente...
E dessa volúpia, desse corpo demente!

Quero beber-te num sôfrego morder
Bailar-te nas minhas mãos,
Ver-te renascer!...

Engolir-te neste enorme sufoco
Derrubar distâncias...
Criar-te ânsias...

E ter-te aqui...
Fazer-te abraço e beijo e carícia.

Oh!,Tenho sede da tua vida.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

"Persegue-a"

"Persegue-a" Gritou-lhe a voz da consciência... será que nem ela sabe o que me vai na cabeça?
Não a posso seguir... Ela não me pode seguir... Não nos podemos consumir mais nestes momentos de prazer tardio e lamentos madrugados pela falta que nos fazemos um ao outro.
Hoje estou triste. Triste porque as coisas estão bem e no entanto não estou bem com elas. Parece que podemos estar piores quando tudo corre bem. Será a falta de algo? Não sei... E sigo pelo caminho cada vez mais enlameado, pelos pedaços de cristal quebrados no tempo. Cada vez mais pedaços... São tantos..
Pedaços de cristal
Tantas recordações dentro de mim,
Pedaços de cristal
Quebrados no abismo do tempo,
Uns que se perderam,
Outros que se encontraram,
Momentos marcados na alma de um poeta.
São tantas as presenças,
Lembranças de um passado,
Desejos de um futuro ainda por colorir
Cheio de sonhos, odores e sabores,
Palavras eternas no meu eterno céu azul...
Tantos amigos, tantos amores,
Uns que se perderam,
Outros que se encontraram...
No tempo líquido do meu olhar,
Flui cada um de vós...
Meu passado, criador do meu presente,
Eterna lembrança do meu futuro...
(Para todos os que marcam a minha vida... TU...)
Marco Mercier
Escrito em 2003-05-03

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Inferno

E então ela foi. Saiu devagar pela porta iluminada pelos nossos beijos de sempre, aqueles que nunca se consumam mas que sabem sempre a pouco. Não me deu um beijo nem um abraço. Não me consolou com o timbre delicada que lhe corre pela voz. Não me cantou ao ouvido o seu amor...
E foi. Como quem escapa finalmente do inferno ... que lhe ofereço sem me recordar de o fazer. Eu... Eu fiquei acocorado junto à cama à espera que ela voltasse para me dizer que estava a brincar. Tantas foram as vezes que eu fiz isso, brincar com os sentimentos dela, testá-a ao mais ínfimo pormenor, sei lá, como quem quer ter a certeza que possuí alguma coisa. E sou sempre tão estúpido! Possuir... essa palavra deveria ser riscada do mundo. Não a possuia, nunca a possuí! Talvez porque não queria, apenas isso. Ou talvez pelo medo, pelo incerto, pelo receio, por mim, por ela.
E então um dia ela foi. Levantou-se devagar da cama fumegante do nosso calor e dirigiu-se à porta do quarto dos eternos fantasmas. Olhou para trás e disse-me apenas "Eu e tu somos um eterno adeus" e foi... Como quem escapa finalmnete do inferno que eu lhe ofereci.

domingo, janeiro 02, 2005

Confissões [I]

Ah!, não te saber virgem na minha mão.
Não te possuir primeiro que o mundo,
Antes de todo esse anoitecer imundo
Que te quebrou na mais pesada solidão!

E como queima a recordação esquecida
De todos os lábios beijados em segredo,
De toda a ladainha gasta e desmedida...
Oh!..., como me afogo neste azul medo...!

Confundo-me nos sentidos do teu passado,
Naqueles passeios de luz e algodão doce,
Nas paixões sangradas do tempo cansado.

E quebro-me nestes abraços repetidos,
Nas confissões eternas deste amor renovado...
Em toda a delícia dos nossos beijos apaixonados...

sexta-feira, dezembro 31, 2004

Quero tudo

Não quero esse mundo apertado na tua mão,
Nem sussurros perdidos em vales profundos,
Nem esse sorriso forçado pesado de solidão...

Não quero a lua branca das noites de magia
Ou a leveza do vento doce e Outunal.
Não quero os sonhos, farta-me a fantasia!...

Nem os murmúrios do mar à noite,
[Perenes de saudade e paixão e amor]
Nem o tiritar da chuva na janela fechada
Ou o cheiro frio da terra molhada...

Não quero uma rosa ou um lírio.
[Nem negro, nem vermelho]

Quero-te essa pele fértil
A lucidez do teu coração!
Dá-me beijos soltos,
Abraços talhados a mil!...

Quero tudo, quero-te a alma!...,
Não quero esse mundo apertado na tua mão!

Não te chegam...

Não te chegam o meu corpo e o meu sexo
Crivados no rascunho da tua pele em mim
Com a leveza da pena desse mundo anexo
A tudo o que sou, estou perto do fim...

Não me apertes os punhos cerrados de medo
Mantem-nos soltos no embalo do teu segredo!

Solta-me o corpo e a voz e o sexo!...
E os punhos e as mãos e o cabelo
Que dos meus olhos correm fios de oiro
E na boca trago a alma mordida em desassossego.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Sede casta

Gosto quando me perco no teu sorrir
Nos retalhos que deixas, luminosos, por aí;
Quando deliro nos teus beijos
Quando me enterro no teu peito
E não me deixas mais fugir.

Gosto quando as horas passam
[Musas de apaixonados inquietos]
E me manténs preso num teu abraço,
O teu corpo no meu, a nossa pele núa,
O meu braço fechado, a chuva na rua...

Gosto quando me amas...
Quando as madrugadas são insanas
E os nossos corpos unidos de sabores.

Gosto quando te calas e o silêncio nos abate...
Quando sei que, na verdade,
O meu olhar apaixonado já te basta
E que és porto seguro, minado de sede casta.

domingo, dezembro 19, 2004

Espera infinita

Só queria que chegasses a tempo
De me veres adormecer
Encaixado no teu corpo doce...

sábado, dezembro 18, 2004

Cordel do mundo da fantasia

Gostava da certeza do mundo quando era criança. Da magia de um beijo na cara, da promessa acreditada de uma mor profundo e verdadeiro. Gostava da certeza de uns braços para me aconchegar, da certeza de uma mão no calor de uma lágrima caída... Quando era criança.
Quando foi que me perdi de mim mesmo? Quando foi que me larguei na ponta do mundo para nele me atirar de cabeça? Ainda ontem te beijava os lábios com a certeza do mundo a construir, com o sorriso das crianças, as gargalhadas... E hoje já me sufoco em dúvidas constantes, em desforos do coração. Talvez tenha sido há pouco tempo, ontem, que me perdi do cordel do mundo da fantasia, que fugi da Terra do Nunca, que cai do país das maravilhas...
Leva-me de volta. Faz-me acreditar... Por favor [não sei estar assim]

Pecador[a]

Temo pela tua morte precoce, sou pecador...
Que te rasgues num momento de loucura
De dentro do peito onde te trago com amor;
Que do meu pecado te nasça a morte impura.

Noite selvagem, filha das lágrimas guardadas
Rainha deste maldito amor que nos incendeia,
Leva-me as mãos e não as delas [ensanguentadas]
Oh noite maldita!, leva o amor que me incandeia!...

Não serei pecador, ajuizado do destino cruel,
Serei cinza e vento e lágrima e esse teu ar,
Serei vítima da ira divina, enforcado num cordel.

Não serás mais violada de mãos virgens do meu corpo
Amordaçada de peito apertado num cepo já morto...
Serás pecadora original na consumação do nosso acto.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Silêncio profundo

Reencontrei-me nos silêncios que te escapam pelos lábios mudos
Que apesar de frios e mortos teimo em beijar incessantemente.
Reencontrei-me nos laivos de sangue que se espremem firmemente
Nos teus olhos vidrados de céu, de azul, de firmamento.. mudos.

Não te matei. Encontrei-te já morta! Rebolada pelo chão dorido
Coberta de rosas negras, de sorrisos perdidos, de beijos roubados.
A minha mão no teu coração... Quem me dera ter tambem morrido
Coberto de rosas vermelhas, daquele amor por ti tão desejado...

Foram as noites das estrelas fugidias, a lua no seu esplendor.
Foram as manhã de poesia corrida, as tuas lágrimas perdidas.
Foram os beijos talhados na tua pele, os sorrisos, o nosso amor.

Resta-me um beijo sangrento roubado desse olhar vidrado
Um abraço ternurento arrancado do teu peito crucificado...
E um sussurro, um berro e um silêncio profundo.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Não [penses que] te esqueci

Recordo-me das ondas vagarosas no teu cabelo escuro
Desse teu jeito pequeno e triste num sorriso sisudo.
Recordo-me das longas esperas,os meus passos rápidos,
Os teus olhos semicerrados que me olhavam de soslaio...

E o teu cheiro viperino em tardes nunca acontecidas
O teu corpo em andamento, a nossa pele em ressonância.
Aquele beijo doce e morno ao som da chuva lá fora...
O nosso beijo? Onde foi o nosso beijo delirante?

Recordo-me de ti nas manhãs dos comboios voadores
E naquelas noites de estrelas guardadas pela manhã
Na minha mão cor de terra delirantes dos teus suores.

Nas manhãs de sede branca, de tanta saudade apertada,
Nos murmúrios que lanças ao vento, que imploras à lua.
Recordo-me de ti, não penses que já te esqueci...

sábado, novembro 27, 2004

Platónico [I]

Ai, como queria ter-me aproximado de ti e devorar-te o cheiro e o sabor que transportas nessa pele tão solta de tudo o que penso e sou!... Ai, como queria poder dizer-te qualquer coisa, sei lá, um"Oi" ou um "adeus" no final da noite, quem sabe se me restribuias com um sorriso dos teus, sabes, aqueles sorrisos ingénuos, cabisbaixos, envergonhados que costumavas soltar em directo enquanto eu te sugava em galas fantásticas... tens um sorriso tão lindo! E como eu me sinto pequenino nesta paixão platónica, estúpida e ingénua... [suspiro ternamente]
Ai, como eu te abraçava para te poder beijar de seguida [aceitarias? Talvez não...] E como te falaria ao ouvido, em sussurros no tom do doce mar, em promessas, em murmúrios: "Não te deixaria nunca. Fica comigo... Por favor.".

Não te deixaria nunca... Queria poder saber-me teu [em sonho, em ilusão, num beijo, num abraço, nesta noite estrelada de luas redondas, ao teu lado...] E queria que me soubesses, apenas isso, que me soubesses na tua infiníta existência, no teu olhar que cruzaste com o meu numa noite apenas, numa noite de prazeres mortos nessa tua ganga desfazada.