Recordo-me das ondas vagarosas no teu cabelo escuro
Desse teu jeito pequeno e triste num sorriso sisudo.
Recordo-me das longas esperas,os meus passos rápidos,
Os teus olhos semicerrados que me olhavam de soslaio...
E o teu cheiro viperino em tardes nunca acontecidas
O teu corpo em andamento, a nossa pele em ressonância.
Aquele beijo doce e morno ao som da chuva lá fora...
O nosso beijo? Onde foi o nosso beijo delirante?
Recordo-me de ti nas manhãs dos comboios voadores
E naquelas noites de estrelas guardadas pela manhã
Na minha mão cor de terra delirantes dos teus suores.
Nas manhãs de sede branca, de tanta saudade apertada,
Nos murmúrios que lanças ao vento, que imploras à lua.
Recordo-me de ti, não penses que já te esqueci...
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2 comentários:
MÃOS VIRGENS
Recordo vazias manhãs, tardes sem tempo ou espaço...
Os trágicos raios da lua colada ao sol em sublime valsa
Escrevo linhas que não lês, mortas numa brancura falsa
E sou feliz na infelicidade que acalento em meu regaço
E de que beijo falas tu, que nunca os lábios me deste?
Que delírio teu é esse, que nunca teve lugar em mim?...
Foi fruto do ventre das noites em que te perdeste?...
Ah! Essas quis esquecê-las! Fazê-las sangrar de mim!
E hoje recordo eu as palavras que nunca pude dizer-te!
Imersas naquele silêncio rasgado pela madrugada fora...
Pudesse eu cantá-lo sob o céu onde um dia fui senhora!
Ah!, tristes lembranças do tempo que me fez perder-te!...
Da pele fria, das mãos virgens neste lento e doce morrer
E que recordas tu agora, amor, se já nada há a esquecer?
Litostive
Bem... Nem sei como vim aqui parar, mas confesso que... fiquei surpresa, mesmo muito! Li os textos todos e estão todos, sem excepção(!) lindos!! Parabéns!! Muito bem conseguido! Vou passar a vir aqui mais vezes! Beijinhos****** Sahnina
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