Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Silêncio profundo

Reencontrei-me nos silêncios que te escapam pelos lábios mudos
Que apesar de frios e mortos teimo em beijar incessantemente.
Reencontrei-me nos laivos de sangue que se espremem firmemente
Nos teus olhos vidrados de céu, de azul, de firmamento.. mudos.

Não te matei. Encontrei-te já morta! Rebolada pelo chão dorido
Coberta de rosas negras, de sorrisos perdidos, de beijos roubados.
A minha mão no teu coração... Quem me dera ter tambem morrido
Coberto de rosas vermelhas, daquele amor por ti tão desejado...

Foram as noites das estrelas fugidias, a lua no seu esplendor.
Foram as manhã de poesia corrida, as tuas lágrimas perdidas.
Foram os beijos talhados na tua pele, os sorrisos, o nosso amor.

Resta-me um beijo sangrento roubado desse olhar vidrado
Um abraço ternurento arrancado do teu peito crucificado...
E um sussurro, um berro e um silêncio profundo.

2 comentários:

Francesca disse...

Que saudades de te ler :)

Como estás? beijinho

Miriam Luz disse...

SILÊNCIO PROFUNDO II

Perdi-me em mais um rasto gelado de solidão
Testemunha do sofrimento a que me obriguei
Perdi-me na tua frieza, no amor que inventei
Perdi-me numa esperança rasgada no coração

Perdi-me em sonhos de noites desencantadas
Num céu vazio de ti, de mim, de nós ausente
E perdi-me assim, no teu silêncio indiferente
Nesse teu riso imune às minhas madrugadas!

Mas amor!, nunca me encontrei nesse beijo!
No abraço que em meu peito nunca se sagrou
Apenas foi meu aquele amor que nos apartou

E não são tuas as lágrimas em que me revejo
Nem fui eu aquela te trouxe poeta e sonhador
Que nunca te perdeste em mim, na minha dor!


Ainda te leio Marco. Sempre. Sabes que sim…
Ainda me agarro ao que escreves para te ter mais perto (menos longe).
Ainda me pergunto por que te encontras e me perco. Por que não nos encontramos ou perdemos de vez.
Ainda te escrevo como se plantasse amor por aí…
Ainda te cubro daquelas rosas vermelhas.
E… ainda te espero.

Litostive*