Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sábado, dezembro 18, 2004

Pecador[a]

Temo pela tua morte precoce, sou pecador...
Que te rasgues num momento de loucura
De dentro do peito onde te trago com amor;
Que do meu pecado te nasça a morte impura.

Noite selvagem, filha das lágrimas guardadas
Rainha deste maldito amor que nos incendeia,
Leva-me as mãos e não as delas [ensanguentadas]
Oh noite maldita!, leva o amor que me incandeia!...

Não serei pecador, ajuizado do destino cruel,
Serei cinza e vento e lágrima e esse teu ar,
Serei vítima da ira divina, enforcado num cordel.

Não serás mais violada de mãos virgens do meu corpo
Amordaçada de peito apertado num cepo já morto...
Serás pecadora original na consumação do nosso acto.

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