E então ela foi. Saiu devagar pela porta iluminada pelos nossos beijos de sempre, aqueles que nunca se consumam mas que sabem sempre a pouco. Não me deu um beijo nem um abraço. Não me consolou com o timbre delicada que lhe corre pela voz. Não me cantou ao ouvido o seu amor...
E foi. Como quem escapa finalmente do inferno ... que lhe ofereço sem me recordar de o fazer. Eu... Eu fiquei acocorado junto à cama à espera que ela voltasse para me dizer que estava a brincar. Tantas foram as vezes que eu fiz isso, brincar com os sentimentos dela, testá-a ao mais ínfimo pormenor, sei lá, como quem quer ter a certeza que possuí alguma coisa. E sou sempre tão estúpido! Possuir... essa palavra deveria ser riscada do mundo. Não a possuia, nunca a possuí! Talvez porque não queria, apenas isso. Ou talvez pelo medo, pelo incerto, pelo receio, por mim, por ela.
E então um dia ela foi. Levantou-se devagar da cama fumegante do nosso calor e dirigiu-se à porta do quarto dos eternos fantasmas. Olhou para trás e disse-me apenas "Eu e tu somos um eterno adeus" e foi... Como quem escapa finalmnete do inferno que eu lhe ofereci.
sexta-feira, janeiro 14, 2005
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