Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sábado, agosto 30, 2008

Remember to forget

Remember how you used
to hold me
And I remember every taste
of every lastly kiss
And the expression when
you told me
I'm sorry baby but somethings
just turn out like this

Well, it's been three Decembers
And all I do is remember
You, and you know...

terça-feira, julho 18, 2006

Sou-te

Já não me escondo mais em ti, meu amor.
Imito-te os gestos lentos, teu doce beijo
E a saudade que se espelha no teu peito.
Ah, imito-te a vida, recordo-te os sonhos!

Sou a sombra que te percorre devagar,
Sou o toque languido, o abraço apertado,
A vertigem dos corpos que não vais apagar!...
Sou-te o mundo... guardado bem longe de ti.

Não me escondo mais, meu amor, Oh, não!...
Sou marioneta, fantoche imitador. Sou-te.
E por cada lágrima um movimento demorado e torto.

Sou-te os dias morosos, o desmoronar do tempo
E sou o afagar dos teus cabelos, ainda tão meus...
Tu és o sonho, a vida e o momento. És-me. E eu sou teu.

So.far

Sinto o desenrolar do teu corpo sobre o meu como o peso do tempo na minha própria pele. Enrugas-me as mãos e o olhar deixando marcas que só tu, um dia, saberás reconhecer. És o tempo que eu já não sei mais contar, as horas passadas na lentidão com que me demoro no teu sorriso sempre fechado, a leveza no movimento do meu corpo a pedir por ti. E peço tanto por ti!

Sinto a palma da tua mão a espraiar-se sobre o meu peito e não sei como acalmar a vertigem que se acelera cá dentro. Perdi a conta aos "não te beijo" ou "não te abraço", perdi noção das palavras que te atiro como pedras certeiras que falham sempre mas magoam por dentro.

Perdi a noção de ti.
Perdi a noção de mim,
De nós...!

Mas sinto-te até no roçagar da roupa na minha pele. Sinto-te... como se sempre fosse teu.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Secretamente

Esta distância parece interminável. Conto os segundos que faltam para sentir de novo o toque da tua mão na minha cara, o roçagar dos teus cabelos nos meus dedos ansiosos pela tua pele sedenta de mim.

Ai, esta distância parece interminável!

Sento-me no canto do quarto, no canto mais escuro onde um dia te empoleiraste para espreitar para dentro de mim. As sombras descolam-se devagar da parede branca e vêem dançar com a minha memória de ti. Os teus dedos achatados agarram a minha mão [ou será apenas a saudade que aperta cada pedaço de mim?]... Perco os sentidos.

As sombras desenham-se no meu peito como se fossem a pena do teu corpo tatuado em mim. Sinto o teu calor e o teu peso como se fizessem parte de mim, como se fosse mesmo assim, como se sem eles não fosse o mesmo. Sinto a ternura do teu abraço enquanto as formas inquietas se agasalham em mim. Sinto o teu tépido beijo... Sinto os teus tépidos lábios...

Sinto os teus lábios quando me aproximo da parede já branca e nua de sombras. Sou eu quem agarra o teu braço, sou eu quem te puxa e te faz voar! Sou eu! Ah, eu sinto os teus lábios quando beijo a minha pele. Sinto-os nos meu poros que chamam pelo teu suor e pela doçura do teu odor. Ai, esta distância, esta distância... parece interminável.

Conto os segundos até ao momento exacto em que me tocas devagar. A sombra volta para trás de mim como se me seguisse cada movimento e eu deixo-me adormecer nesse teu abraço maduro.

Então, com a cor azul dos teus sonhos, desenho os meus lábios com a tua mão e deposito o meu beijo na tua pele.

E sou teu, meu amor. Sou teu sem tu saberes...

Assim, secretamente.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Para sempre...

"Quando amamos verdadeiramente alguém, nunca mais deixamos de amar. A memoria instala-se como uma praga impossivel de dizimar e aprendemos a carregar esse peso como s fosse nosso. É !"

(...)

"Guardo tudo como um tesouro que se encontrou por acaso, mas que não se tranca num cofre porque nunca foi nosso, mas apenas um presente da sorte. Guardo tudo em silencio, enquanto imagino que fazes o mesmo e que estou por ai, invisivel e imaterial, a povoar o teu sono e a fazer-te sorrir quando caminhas pelas ruas e entras em lugares onde fomos felizes!"

(...)

"Daqui a algum tempo, talvez meses ou anos, tanto faz, o teu coração vai disparar como uma flecha e vais ter vontade de voltar a viver tudo outra vez. A memória das tuas células vai chamar por mim e sentirás em todos os poros a nostalgia do meu amor por ti e do teu amor por mim que se perdeu um dia, sem nenhum de nós saber porquê..."

(...)

"A vida é um sonho, é o despertar que nos mata, e quando estamos apaixonados nenhuma realidade nos toca, somos seres quase divinos, flutuamos sobre o mundo como deuses e tocamos a eternidade com a ponta dos dedos!"

(...)

"Somos dois anjos caidos num Inverno sereno e tranquilo, somos duas memórias que o tempo não pode apagar..."

terça-feira, janeiro 24, 2006

Fugir

Não quero fugir sozinho. Preciso que me leves embrulhado num manto qualquer bordado com fios do teu cabelo. Preciso que me obrigues a sair pela porta que derrama a luz pela cama cheia de um outro universo que não quero mais (mas que quero tanto).


Agarras-me a mão devagar e puxas-me para fora da bolha multicolor que não me deixa espreitar o mundo. Agarras-me pelo antebraço e puxas-me com força para o teu peito, escondes-me no teu regaço, no fundo, onde guardas o coração. As minhas lágrimas são os teus beijos espraiados pela minha cara, enrolados pelos meus lábios já salgados do ar que respiras de mansinho para ninguém te ouvir partir comigo dentro de ti.
Caminhas como se flutuasses como eu flutuo naqueles dias cansados com o sol a por-se por detrás de mim, naqueles passos de quem caminha sobre um muro para ninguém nos ouvir, com o risco eminente de cair que torna tudo tão vivo e especial. E vais, como se tudo fosse sugado para fora deste quarto, por entre as poças de luz que ainda resistem ao passar do tempo, por entre as gotas de suor que escorrem pela porta em sinal de paixão renhida e amor trovador de um vida inteira.
Mas tu foges comigo. Foges comigo dentro do teu peito como se flutuasses e me prendesses contra ti.
Sem medo.
Sem medo...
E eu tenho tanto medo...

domingo, janeiro 22, 2006

Tarde

Arrasto-me para dentro do teu peito emaranhado num turbilhão de emoções. Sinto o teu cheiro como se fosse meu, conheço-te cada centímetro como meu pertence... e tu nem sabes que já te trago cá dentro.
Abraço o teu olhar embaraçado e o sorriso contido por esses lábios de groselha corados. Conto as vezes em que as pestanas se encontram e desligas o olhar por um segundo para de novo o pusares em mim, sempre em mim. E os gestos das tuas mãos vadias que me afagam a pele, que me deixam sedento da groselha dos teu beijos... Ah, que tanto tarda o encontro dos nossos lábios! Tanto tarda o entrelaçar das nossas peles num só voo de perfeita simetria apaixonada que já não me contenho por dentro e expludo aos pedaços. Um para ti, um para mim até ao fim.

domingo, dezembro 11, 2005

Nada

Morderam-me o peito, só pode ser isso. Arrancaram um pedaço enquanto dormia. Abriram devagar a porta, como se cada gesto fosse em staccato, e , pé-ate-pé, chegaram até mim. Não dei por nada... Só o vazio...

Morderam-me o peito e sorveram-me a vida. Rasgaram-me na pele a forma do nada como se o nada tivesse forma na geometria do vazio que se sobrepõe a tudo na vida. E deixaram-no lá assim... sozinho naquele pedaço vazio. Nada.

Tempo para ti

É o vazio das horas redondas que me prende em ti;
São os retalhos de nada que se acumulam em pedaços de um todo maior que o tempo;
São as palavras numa folha nua que se enruga na mão e se deita fora.

É o vazio, o tempo, a minha mão na pele do teu peito;
São os murmúrios do vento na janela a gemer devagar;
São as lentas lágrimas que se passeiam pelo vidro embaciado;

São o beijo e o abraço que mais ninguém abraça,
Os sorrisos... os entrelaços...

Sãos os dedos enrolados em torno da espiral do teu corpo;
São a tua pele e o teu encosto;
São o vazio... são o tempo e o abraço... o abraço, sempre o abraço.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Como quiseste

É tal como disseste que seria. Ambos fugimos de nós próprios agarrados ao lânguido suspiro que ainda nos persegue.
É como pensaste. Caminhos divergentes num ciclo infinito de desencontros. Rasgos no tecido endurecido do tempo com contornos da tua cara na minha mão.

Nada como eu te disse. Fugiste e não me vês perdido nos caminhos escuros atrás de ti. Não pressentes já o meu respirar, o suor na minha pele a procurar a tua.

Esmoressem-me os contornos do teu corpo, as curvas fechadas dos teus lábios, os sinais pintados debaixo do nariz... Foge-me o pensamento de ti. Corres longe, sempre mais longe, como disseste que farias.

Nada como eu te disse. Não! Sigo do outro lado do espelho, a mão tombada no vidro entre os nossos mundos, a respiração condensada em frente aos meus olhos enturpecidos. Mas já não sinto o teu toque do outro lado. Já não te sinto mais...

domingo, outubro 30, 2005

Meu.

Sejam as palavras tornadas mudas
Ao compasso do teu bailarino pecado.
Seja o teu peito enfeitado de céu e luas,
Seja o meu toque de Midas destroçado.

Cresçam rasgadas as mãos nesse corpo
Vadio como o meu medo colado no olhar.
Cresçam perdidas as rotas do teu caminho
Para te encontrares já morta comigo.

Que o teu nome não seja mais pronunciado
Que se enrolem os sons na tua língua azul
Que se assole aquele teu beijo nunca dado

E que se suicidem todos os mortais... Todos!
Que teus lábios são meus e de mais ninguém.
Que o teu sabor só a mim me sabe. Só a mim.

quarta-feira, outubro 19, 2005

.

É assim que me roubam o cintilante brilho dos olhos, numa rajada de dentes afiados de inveja e raiva revolvida. Levam-me o sorriso e os dias solarengos. Levam-me as gargalhadas e a vontade de um céu colado de estrelas. Levam-me a mim... levam-me assim.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Segredos silenciosos

...
[Silêncio. Tanto silêncio...]
...

Rasga-se o tempo na tua voz
Engolem-se as palavras
Quebram-se os sorrisos

...

Voam os gestos sem magia
Rebocados da pele,
Assaltados em sintonia

...

Queimam-se os abraços...
Queimam-se os abraços
Consumidos em pecado...

...

Quebram-se os sorrisos
Envoltos em monotonia
E os beijos de amarras soltas
No silêncio das horas mortas

...
[Quebram-se os sorrisos... Silêncio!]
...

Não me vais fugir

Ele veio e agarrou-te a mão com a força que eu nunca tive. Enlaçou-te com um beijo de pés a flutuar e levou-te para longe de mim. Assim, sem mais nem menos. Levou os poemas e as cantigas traçadas num luar posto por detras das nossas noites. Levou a tua voz cantante nos meus ouvidos e a magia das nossas mão por agarrar. Assim... sem mais...
No teu lugar deixou-me uma talhada de vazio cortada da vida dele e um bilhete com o brilho do teu olhar. Guardei-o no bolso ao lado da chave.
E agora sei que estás com ele, abraçada no torso dele, empertigada no cheiro dele... e sentes a minha falta como uma talhada de vazio que te falhou...

Podes fugir sem deixar nada para trás... nem mesmo saudade.
Mas não podes impedir -me de correr atrás de ti.

Suspiro

Queria mais. Quero mais. Sou insconstante, sou outra coisa qualquer mais que isto tudo. Sou azul, sou branco e vermelho. Quero preto, lilás e castanho velho.
Não quero o sol gasto na rua sombria em que me obrigas a caminhar. Quero o sopro adocicado no trago da tua voz. Quero o beijo com sabor a mar nos meus lábios...
Quero mais! Sempre mais e mais além. Mais fundo, mais dentro e mais ao centro.
Não quero o mundo confuso nas pegadas dos gigantes cinzentos! Não quero este mundo cinzento... Não te quero.

terça-feira, julho 26, 2005

Deixas em mim...

Ao sabor do bater do meu coração, tomo consciência dos pedaços que fui roubando. É como um ritual! Deixo-te um pedaço meu em cima da mesa de cabeceira e rasgo-te a carne à procura de algo que não te faça falta, para levar. Acho sempre que deixo demais. Penso sempre que trouxe de menos. Mas de trouxe demais.
"Deixas em mim tanto e ti..."
Para quê saber que és de outro se para mim és as mesma pessoa? Entrega-te de corpo porque a alma é minha! São meus os sussurros iniciais, as procuras incessantes por novos prazeres, os toques animalescos troados na penumbra de uma cama a cantar... São meus! E não os consigo descolar da minha pele. São como uma pasta de intenso vermelho que se me cola aos poros mais fechados, que me colam o corpo e a alma, o coração e o amor.
São meus!
"Deixas em mim tanto de ti...!"

terça-feira, julho 05, 2005

"Amo-te. Mas morri"


Hoje tudo mudou. "Amo-o" e o meu mundo caiu-me aos pés. Agora sim, só agora, tenho a certeza que foste embora sem deixar rasto que me ajude a encontrar-te de novo. Como eu te tentei guardar... Tentei tanto...!
Nã se guardam borboletas entre as mãos. Não se hes pode tocar nas asas senão deixam de voar, perdem aquele pó mágico de encantar. Não se guardam as borboletas... Mas odeio ver-te voar.
[Voas devagarinho sobre o teu mundo novo. Novos caminhos, novas luzes, novas estrelas (nunca as que soprei no meu tecto), novos rumos a sorrir... E eu aqui. Continuas guardada na palma da minha mão. E, quando um dia te sentires vazia, sabes onde estarei. No centro da tempestado, junto ao comboio voador e aos retalhos de luar que pintei para ti. Perto do banco de jardim que nunca partilhámos, à saída da casa que nunca conhecemos... "Amo-te. Mas morri"]

terça-feira, junho 28, 2005

Espelho



Lembro-me do toque das tuas mãos, dos pequenos gestos nos teus dedos, dos sorriso nos teus lábios... Os cheiros e os sabores, as palavras que escorriam pela noite fora, as lágrimas que as limpavam. O olhar luminoso sempre a amanhecer, aquele brilho... onde foi?

As curvas no teu rosto são agora longas, profundas como a melancolia que se espraia no teu ohar. Não sorris quando te calas, choras quando ninguém olha. Não procuras o abraço de quem te quer abraçar, foges como se não houvesse amanhã... [E o amanhã não te interessa! Hoje foi tão mau!...]

Enrolas-te sobre ti, de mansinho. Deixas a cabeça entrelaçada por entre os braços e os cabelos agarrados nas mãos e choras. Choras prque te perdeste de ti próprio. Porque a felicidade não é assim tão feliz e ninguém pode saber disso. Porque acordar não tem tanta piada como contas ao mundo. Porque o universo não é assim tão perfeito apenas porque no inverno existem laranjas e no verão melancia. Porque respirar custa e já não aguentas...


segunda-feira, junho 27, 2005

.Dois.

(A pedido da dikas)

Um dia ela entrou na minha vida, como o vento entra pela janela por maior que tenha sido a força com que a tenhamos fechado. Pelas frechas, pelos vazios de alma que não completam, pelas falhas.... E passeou-se dentro de mim num andar melancólico de amor irremediável, tocou em cada canto, beijou cada centímetro e foi. Foi-se, agarrada a uma núvem que por alí passou ("nos sonhos pode ser assim"). Numa mão a cauda do mundo, na outra o coração. Mas foi. E eu fui também!
Quando ando de comboio ainda oiço os passos dela, ainda a procuro na cara dos passageiros, não vá ela um dia lembrar-se de me seguir! Ainda bebo chá de caramelo à espera que se deite sobre as minha pernas para a agarrar devagar e dizer que a amo. Ainda afago o ar que respiro na esperança que lhe roce a pele, mais tarde... Ainda a procuro dentro de mim. Ainda coro quando penso... Ah, ainda a amo...

[The end]

[Porque os finais felizes são finais que ainda não terminaram...]

segunda-feira, junho 06, 2005

Queria tanto um abraço teu...

Queria tanto um abraço teu... Que me encontrasses de novo no quarto ao lado com uma fotografia entre os braços, com as lágrimas coladas à cama, a cara colada à almofada. Que me abraçasses como não me braçam há anos, que me secasses as lágrimas e me acarinhasses. Que me dissesses que vai tudo correr bem [ninguém me diz isso nunca...], que me afagasses o cabelo e te deitasses ao meu lado. Que me enchsses de perguntas pelo meio dos meus soluços, que me tentasses compreender de novo... Quero tanto que me abraces e leves as lágrimas contigo pela porta daquele quarto ou pela janela entre os quartos!...