Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

terça-feira, julho 18, 2006

Sou-te

Já não me escondo mais em ti, meu amor.
Imito-te os gestos lentos, teu doce beijo
E a saudade que se espelha no teu peito.
Ah, imito-te a vida, recordo-te os sonhos!

Sou a sombra que te percorre devagar,
Sou o toque languido, o abraço apertado,
A vertigem dos corpos que não vais apagar!...
Sou-te o mundo... guardado bem longe de ti.

Não me escondo mais, meu amor, Oh, não!...
Sou marioneta, fantoche imitador. Sou-te.
E por cada lágrima um movimento demorado e torto.

Sou-te os dias morosos, o desmoronar do tempo
E sou o afagar dos teus cabelos, ainda tão meus...
Tu és o sonho, a vida e o momento. És-me. E eu sou teu.

4 comentários:

Anónimo disse...

"...and time makes
It harder... but I keep
Your memory
You visit me in my sleep...my darling who knew,
my darling
I miss you..."

Anónimo disse...

Concordo exactamente com o que a Ana Paula disse: ' Continuas a escrever com magia '.
É verdade, não posso deixar de concordar com isso.
Li alguns dos textos que escreves-te, adorei.
Acho q senti os teus medos, os teus desejos, as tuas saudades, os teus quereres... enfim.
Nunca mudes, e continua sempre a sorrir, tens um sorriso lindo, não o desperdisses.
Sê feliz :)

Beijo ********

Salomé disse...

Vejo que por aqui, há um ano que não deixas recado.. é a primeira vez que o vejo, porque entre todas as coisas que desconheço desse lado, desconheço que escrevias.. so vim dar uma espreitadela, e como os sonhos dos outros não se comentam, deixo apenas um olá!!
Beijinhos Salu

Anónimo disse...

Perdi a conta aos dias perdidos. Perdi a conta aos minutos perdidos que julguei que seriam compensados mesmo que apenas naqueles momentos que desencantas do tempo que nunca tens (mas que já tiveste mais).
Lembras-te? Fazíamos companhia um ao outro, juntos éramos mais e sabíamos não estarmos sozinhos. Contavas-me como eu era importante nesse teu medo constante de solidão. Eu também o tenho sabias? E sinto-me sozinha. Parece que agora tudo mudou. Já não apareces nos meus sonhos, em que o azul se esbate. Encontras-te sempre em mim,mas na consciência de que de ti já perdi muito.

Fecho os olhos e mergulho docemente nas memórias de ti. O bom é que são tão intensas que este sentimento nunca enfraquece (cresce sempre amor, sempre!!).

Continuas. Em mim, pelo menos, no mais fundo de mim, tão fundo como apenas tu conheces e saberás sempre decifrar. A ternura que se esconde por baixo de um sobrolho franzido. A sensibilidade sob um andar pesado. A fragilidade por detrás das minhas palavras duras e discursos pensados.

Saudades de...
és bonita...
és especial...
Ficas tão bonita com o cabelo solto assim...

e o cabelo solto és tu. E o teu sorriso, o olhar demorado, as escadas cinzentas. As estrelas no céu e nos teus olhos... o que resta dos nossos dias.

Tanta confusão na tua vida. Tanta pressa, tanta gente nova. Tanto para aprender. Queres tudo! Mas e se de repente ficares com nada no mais dentro de ti?? Lembrar-te-ás de mim?


Ai amor... nem imaginas quão triste é pensar-te agora.




Saudades de quanto te perdias em palavras. De te ler, de decifrar o que seria para mim, de separar este verso daquele por te conhecer..

Quando o tempo ainda te dispensava horas de poesia.

Saudades de quando fechavas com força nas mãos a ingenuidade. A simplicidade.


Mas especialmente a magia.


A magia.