Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

segunda-feira, setembro 27, 2004

Utopia eminente

Encontrei-me no teu sorriso, inqueto como o vento;
Na tua mão que me percorria a pele, de mansinho,
No teu olhar retalhado de cores em movimento,
No beijo com que me assaltaste devagarinho...

Não passarão de um sonho, utopia eminente,
Os momentos e os abraços trocados em segredo
Numa escura rua da triste Lisboa deprimente
Em que nos perderíamos assim, sem medo...

Beijos em doces rodopios... 'Nós'... Como seria?
Tragos de prazer, vertigem na frescura da tua pele
Os lábios ardendo, escorrendo em ti como mel.

Mas aqui de cima percorro-te assim... Sozinho... Sem ti
Rasgado em murmúrios de papel, sussuros perdidos
Na utopia eminente, em voos tristes e tremidos.

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