Não sei porque me consumo nesta raiva insistente em me devorar. Porque me deixo consumir tão rápido pela falta que me fazes quando não me ligas nenhuma, quando não respondes, quando não falas, quando o silêncio me aperta.
Não entendo porque me deixo ficar à tua espera. Um toque teu, um palavra daquelas que ontem me escreveste, um sorriso teu direccionado à minha troca de olhares.
Não entendo porque choro devagar nesta noite tão escura no canto do meu quarto. O negrume que me cobre, as estrelas das tuas mãos nada perfeitas em mim.
Não entendo porque me quebro neste vento que me assalta a janela fria. Como me deixou levar para bem longe na fugosa lágrima que me ruburiza a cara.
Não entendo porque me pintas em telas negras de um fundo acizentando. Uma cara irregular com um defeito escorrido no olhar, apenas mais um defeito encontrado na total podridão que vais desbravando em mim. Hoje sou protagonista, ontem fui amante de paixões criadas por mim.
Não entendo porque me deixo... Porque me deixo perdido sabendo que a saída está algures aí, talvez num beijo teu trocado em todo este silêncio.
E porque não choras também? Porque não me apanhas no ar enquanto caio?
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