Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sexta-feira, setembro 10, 2004

A minha mão na tua cara

Queria ter sido o escolhido. Queria ser eu a limpar-te as lágrimas, ser o que te abraçava e acariciava devagar até tudo desaparecer. “Tudo passa”.E tu sorririas para mim num traço inocente de comforto.
Porque não me usaste como fuga da gruta em que te escondeste? Não serei praia ou porto de abrigo? Não serei suficiente? Parece que não. Bastou ouvirte chamar o nome de outro alguém para saber que no final não serei teu. Devia ser o meu nome a ser pronunciado, apesar das barreiras, dos impossiveis diários com que nos enchemos até rebentar. Devia ser o meu nome a percorrer-te o corpo no sangue azedo. Devia ser minha a mão que vai espraiar-se lentamente na vertigem da tua pele, em contornos perfeitos da tua cara sinuosa. A minha mão... Coberta do sangue que te anuncia em mim.

1 comentário:

Anónimo disse...

És o escolhido... e o que dás chega!
És como o "principe encantado"... não estás para sempre mas vais ficando um dia e outro e... outro! Não és "perfeito" mas são esses teus pequeninhos defeitos, que eu adoro, que te fazem ser mais humano e mais real!
As barreiras são criadas por cada um de nós e quando te aperceber, se calhar, não existem para mais ninguem... a não ser para ti, por causa do medo! É esse medo que te vai fazer agir da melhor maneira, mas lembra-te que não há "melhor maneira"...

(Acho que sabes quem eu sou...)