Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sábado, setembro 04, 2004

Um dia



Um dia vamos sozinhos nesta rua desmazelada. Vamos de mãos dadas ao sabor do vento sem saber onde nos leva o caminho.
Um dia vamos os dois a saltar de folha em folha como fazem os apaixonados. Vamos por entre os sopros do vento agreste que te cantarão aos ouvidos.
Um dia vamos sentar-nos ali no centro e rir dos nossos sorrisos. Vamos os dois... Sem eu sequer saber quem és.

1 comentário:

Miriam Luz disse...

LABAREDAS DE ÁGUA

E será que um dia deixarei de estar votada ao abandono
Rodeada de sonhos que me espalhaste pelo chão
Pisados depois de mortos, como folhas de outono
Caídas das árvores sem vida em final de verão...?

Afinal é o mesmo corpo frio que hoje te ofereço
O mesmo olhar triste onde teimaste morrer
Os braços sempre abertos em jeito de berço
E as mãos geladas estendidas para te receber...!

Serão mudos os versos que te escrevo de madrugada?
Eternos lamentos adormecidos, silenciosos de desgosto?
Eterno gosto a esperança nas estrelas depositada?

Não, meu amor...!, são gritos de paixão e de mágoa!
Palavras coladas às lágrimas que nunca te ardem no rosto
Chamas que te beijam o corpo em labaredas de água...!

MRML

Um dia... Um dia.