Tenho os pés enlameados pelo nosso caminho meloso
E vou andando devagar sobre a tua respiração ausente,
Pelos sussurros, poupados ao vento, no meu pescoço
Tatuado pelo sabor doce da tua rugosa pele, demente...
Os pés pesados já não voam como dantes, meu amor;
Rastejam melancolicamente seguinto os teus passos
Que se escapam no meu olhar envolvido pelo teu calor
Ou pelos beijos escondidos da multidão com olhar de aço.
Vem rasgar-me a pele e vestir-te de mim, de tudo o que sou,
Do que te dou na ternura de um abraço fechado e apertado
Do meu suspiro de paixão irremediavelmente enforcado.
Lava-me os pés no teu beijo latente, no teu peito ardente
Que assim não consigo possuir-te no azul do céu espelhado
Pelos momentos perdidos nos nossos pés entrelaçados.
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1 comentário:
SUJA DE SOFRIMENTO
Lembra-te, meu amor, dos poemas que bradei aos céus!
Das cores e dos cheiros das minhas madrugadas sem ti
Dos sorrisos que te roubei, que afinal não eram meus
Das lágrimas que nunca foste capaz de chorar por mim!
Lembra-te, meu amor, desse caminho de terra enlameada!
Recorda os meus próprios pés sujos de noites de solidão
Os beijos que nunca existiram e que nunca mos lavaram...
A lua que coloquei no meu peito, em jeito de coração...!
Lembra-te, meu amor, da dor com que para sempre me vesti
Do sangue, das feridas, da pele que também rasguei por ti...
Lembra-te das estrelas que me queimaram a ponta dos dedos!
Oh, meu amor! Lembra-te dos meus sonhos e dos meus segredos!
Lembra-te do meu corpo, da minha alma vazia, solta no vento!
Quero que me recordes assim! Suja de amor e de sofrimento!
Miriam
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