Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, outubro 27, 2004

Cinzentos

Debaixo dos olhares cinzentos e estagnados
As nossas mãos tocam-se na surdina da paixão.
Os teus dedos nos meus, os olhares trocados...
E a multidão de cetim sem saber da nossa mão

Um beijo solto num momento escondido, aqui
Numa rua qualquer da opulenta e doce Lisboa
Um abraço sempre assim, num movimento à toa
Sem que se saceie a dor e a saudade de ti

E quando a noite cai, e traz a Lua a espreitar
Soltam-se os corpos e os sussurros de prazer
Soltam-se os beijos e os abraços de apertar

E aqui, escondidos da multidão e da noite
[cinzentos que nos roubam o tempo ausente]
Somos carne urgente que se rasga num momento

1 comentário:

FBatista disse...

Bem....a musica que puzeste aqui dos counting crows é delirante até me ri:) adoro... quanto á escrita... não faço comentarios. como poderia fazer:) a n ser que até me fazes chorar:)