Morrias em mim, em tudo o que nunca fui e já não serei,
Nos sinais pintados sem tinta nas paredes nuas,
Na incompreensão, na indiferença com que nunca te beijei,
Nos abraços esquecidos, escondidos nas nossas ruas...
Morrias na minha ausência tão disparatada, tão louca,
Nas diferenças encontradas ao sabor do escasso tempo,
No mundo que não te dei, na nossa voz já gasta e rouca,
No teu tempo perdido (para sempre), em tudo o que sou [ neste momento]...
E afinal eramos dois... À procura da mesma verdade,
Na tentativa já morta de um amor já tosco,
Tão tosco quanto o final deprimente desta triste tarde.
E, apesar de morto, queria-te aqui, como dantes (, para sempre)
Sabendo que não te tenho e que não mais podemos correr...
Meu amor, viverás melhor?... Estás longe de tudo [o que um dia te fez morrer].
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1 comentário:
"Nada se passa, a não ser, o que é muito, a cumplicidade dos "esquecimentos" e da nostalgia, os ressentimento e fantasias, as mudanças de humor, aquilo que irrompe em turbilhão cada um de nós e não consegue ser negado - mas que logo de seguida se acalma.
A memória coloca a fasquia demasiado alta para a realidade."
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