Debaixo dos olhares cinzentos e estagnados
As nossas mãos tocam-se na surdina da paixão.
Os teus dedos nos meus, os olhares trocados...
E a multidão de cetim sem saber da nossa mão
Um beijo solto num momento escondido, aqui
Numa rua qualquer da opulenta e doce Lisboa
Um abraço sempre assim, num movimento à toa
Sem que se saceie a dor e a saudade de ti
E quando a noite cai, e traz a Lua a espreitar
Soltam-se os corpos e os sussurros de prazer
Soltam-se os beijos e os abraços de apertar
E aqui, escondidos da multidão e da noite
[cinzentos que nos roubam o tempo ausente]
Somos carne urgente que se rasga num momento
quarta-feira, outubro 27, 2004
quinta-feira, outubro 21, 2004
Seria teu (parte II)
Seriam teus os sussurros largados no vento
Em noites de solidão enraizada (, nesta noite)
Quando não te tenho e nem sei do teu amor
Seram tuas as estrelas que sopro, aqui e agora
Nesta parede nua, sedenta do teu suor
Em que teimas aparecer, sem aviso ou confirmação...
E é no toque guardado no murmúrio da multidão
Nas noites da falta que tu me fazes ( e não sabes)
Nos momentos que tatuo e pinto na palma da mão
Que me elevo a anjo e te embalo no coração.
Em noites de solidão enraizada (, nesta noite)
Quando não te tenho e nem sei do teu amor
Seram tuas as estrelas que sopro, aqui e agora
Nesta parede nua, sedenta do teu suor
Em que teimas aparecer, sem aviso ou confirmação...
E é no toque guardado no murmúrio da multidão
Nas noites da falta que tu me fazes ( e não sabes)
Nos momentos que tatuo e pinto na palma da mão
Que me elevo a anjo e te embalo no coração.
Seria teu
Seria em ti o meu abrigo seguro
Praia azul trocada de ventos claros
Ventos novos e renovação, abraços e paixão...
Serias tu o meu beijo ofegante
O trago doce que me vai nos lábios
As noites quentes, o meu corpo ardente
A alucinação que me percorre os dedos
(A tua pele, o teu olhar colado em mim)
Seriam tuas as madrugadas de amor,
A melancolia cansada dos dias de dor,
As gargalhadas infantis, o meu sorriso ingénuo...
Seria teu... Em cada retalho do que sou...
Porque nas mão levas-me a alma acesa
Atada à forma leve do meu coração.
Praia azul trocada de ventos claros
Ventos novos e renovação, abraços e paixão...
Serias tu o meu beijo ofegante
O trago doce que me vai nos lábios
As noites quentes, o meu corpo ardente
A alucinação que me percorre os dedos
(A tua pele, o teu olhar colado em mim)
Seriam tuas as madrugadas de amor,
A melancolia cansada dos dias de dor,
As gargalhadas infantis, o meu sorriso ingénuo...
Seria teu... Em cada retalho do que sou...
Porque nas mão levas-me a alma acesa
Atada à forma leve do meu coração.
sábado, outubro 16, 2004
Abraço possessivo
Queria rasgar-te a pele e abrigar-me assim, dentro de ti,
No canto onde não me queres deixar ficar, desabrigado...
Queria devorar-te os lábios na luz fusca de um luar entediado,
Numa noite de luxúria e paixão desatinada, em recortes de mim...
Queria agarrar-te o corpo num embalo de príncipe encantado,
Em movimentos perfeitos como a tua mão a passear-se em mim...
Queria deixar-me ficar neste estado insano para sempre, assim,
Com o teu olhar pregado no meu, com o teu corpo aqui deitado...
Queria mergulhar-me nos teus cabelos, de novo e sempre de novo
Percorrer-te livremente o corpo, abraçar-te possessivamente,
Abraçar-te mais e mais até que tudo passe, para todo o sempre...
E queria saber-te em mim- Se quando me tocas também me amas.
Saber-me em ti- Em cada pedaço teu, nos teus sinais, futuramente...
E agora, como fugir de ti se só te quero abraçar possessivamente?...
No canto onde não me queres deixar ficar, desabrigado...
Queria devorar-te os lábios na luz fusca de um luar entediado,
Numa noite de luxúria e paixão desatinada, em recortes de mim...
Queria agarrar-te o corpo num embalo de príncipe encantado,
Em movimentos perfeitos como a tua mão a passear-se em mim...
Queria deixar-me ficar neste estado insano para sempre, assim,
Com o teu olhar pregado no meu, com o teu corpo aqui deitado...
Queria mergulhar-me nos teus cabelos, de novo e sempre de novo
Percorrer-te livremente o corpo, abraçar-te possessivamente,
Abraçar-te mais e mais até que tudo passe, para todo o sempre...
E queria saber-te em mim- Se quando me tocas também me amas.
Saber-me em ti- Em cada pedaço teu, nos teus sinais, futuramente...
E agora, como fugir de ti se só te quero abraçar possessivamente?...
quinta-feira, outubro 14, 2004
Fiz-te morrer
Morrias em mim, em tudo o que nunca fui e já não serei,
Nos sinais pintados sem tinta nas paredes nuas,
Na incompreensão, na indiferença com que nunca te beijei,
Nos abraços esquecidos, escondidos nas nossas ruas...
Morrias na minha ausência tão disparatada, tão louca,
Nas diferenças encontradas ao sabor do escasso tempo,
No mundo que não te dei, na nossa voz já gasta e rouca,
No teu tempo perdido (para sempre), em tudo o que sou [ neste momento]...
E afinal eramos dois... À procura da mesma verdade,
Na tentativa já morta de um amor já tosco,
Tão tosco quanto o final deprimente desta triste tarde.
E, apesar de morto, queria-te aqui, como dantes (, para sempre)
Sabendo que não te tenho e que não mais podemos correr...
Meu amor, viverás melhor?... Estás longe de tudo [o que um dia te fez morrer].
Nos sinais pintados sem tinta nas paredes nuas,
Na incompreensão, na indiferença com que nunca te beijei,
Nos abraços esquecidos, escondidos nas nossas ruas...
Morrias na minha ausência tão disparatada, tão louca,
Nas diferenças encontradas ao sabor do escasso tempo,
No mundo que não te dei, na nossa voz já gasta e rouca,
No teu tempo perdido (para sempre), em tudo o que sou [ neste momento]...
E afinal eramos dois... À procura da mesma verdade,
Na tentativa já morta de um amor já tosco,
Tão tosco quanto o final deprimente desta triste tarde.
E, apesar de morto, queria-te aqui, como dantes (, para sempre)
Sabendo que não te tenho e que não mais podemos correr...
Meu amor, viverás melhor?... Estás longe de tudo [o que um dia te fez morrer].
segunda-feira, outubro 11, 2004
Passos melancólicos
Tenho os pés enlameados pelo nosso caminho meloso
E vou andando devagar sobre a tua respiração ausente,
Pelos sussurros, poupados ao vento, no meu pescoço
Tatuado pelo sabor doce da tua rugosa pele, demente...
Os pés pesados já não voam como dantes, meu amor;
Rastejam melancolicamente seguinto os teus passos
Que se escapam no meu olhar envolvido pelo teu calor
Ou pelos beijos escondidos da multidão com olhar de aço.
Vem rasgar-me a pele e vestir-te de mim, de tudo o que sou,
Do que te dou na ternura de um abraço fechado e apertado
Do meu suspiro de paixão irremediavelmente enforcado.
Lava-me os pés no teu beijo latente, no teu peito ardente
Que assim não consigo possuir-te no azul do céu espelhado
Pelos momentos perdidos nos nossos pés entrelaçados.
E vou andando devagar sobre a tua respiração ausente,
Pelos sussurros, poupados ao vento, no meu pescoço
Tatuado pelo sabor doce da tua rugosa pele, demente...
Os pés pesados já não voam como dantes, meu amor;
Rastejam melancolicamente seguinto os teus passos
Que se escapam no meu olhar envolvido pelo teu calor
Ou pelos beijos escondidos da multidão com olhar de aço.
Vem rasgar-me a pele e vestir-te de mim, de tudo o que sou,
Do que te dou na ternura de um abraço fechado e apertado
Do meu suspiro de paixão irremediavelmente enforcado.
Lava-me os pés no teu beijo latente, no teu peito ardente
Que assim não consigo possuir-te no azul do céu espelhado
Pelos momentos perdidos nos nossos pés entrelaçados.
quarta-feira, outubro 06, 2004
Tento saber como é que vai ser
Se posso viver sem ti
Tento fingir mas eu só penso
Nas hora em que estás aqui
(...)
Pode parecer que sou livre
Mas eu estou preso a ti
Ás vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui
(...)
Prometo que não te quero ver mais
Até que tu não em largues
(...)
Não vejo ninguém, vou por ai
Deixo passar as horas
Chamo-te nomes, grito contigo
E tu dizes que me adoras
(...)
Ás vezes parece que não te ligo
Pode parecer até que te esqueço
Mas eu só quero estar contigo
Eu só penso na hora em que estás aqui
Se posso viver sem ti
Tento fingir mas eu só penso
Nas hora em que estás aqui
(...)
Pode parecer que sou livre
Mas eu estou preso a ti
Ás vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui
(...)
Prometo que não te quero ver mais
Até que tu não em largues
(...)
Não vejo ninguém, vou por ai
Deixo passar as horas
Chamo-te nomes, grito contigo
E tu dizes que me adoras
(...)
Ás vezes parece que não te ligo
Pode parecer até que te esqueço
Mas eu só quero estar contigo
Eu só penso na hora em que estás aqui
terça-feira, outubro 05, 2004
Vou falar de ti
Quando, num futuro distante,
Perguntarem o que me vai no coração,
Eu vou falar do vento que me acaricia a face,
Vou falar da noite que cai
E vai deixando ao longe pedaços de açúcar
Tão doces como o luar numa noite de verão.
Vou falar da luz do sol,
No voo desordenado de um bando de pássaros,
Nas formas doces de algodão que as nuvens rabiscam no céu...
Vou falar do cheiro a maresia que invade o ar,
Das ondas do mar, do reflexo azul do céu...
Vou falar da sensação de dormir na relva,
Da canção de um pássaro a leste,
Dos livros que li,
Da beleza do raiar do sol,
Da eterna forma como as folhas caem de uma árvore outonal
deixando de ouro e prata o chão já gasto.
Vou lembrar-me, vou falar de um anigo,
De outro amigo,
Das tardes em que a alma não se cala e desatina,
De quando a tristeza se apodera do ser
E ao longe há sempre um luar,
Do bater do coração,
Da loucura de uma paixão...
Falarei da magia de um sonho,
Da magia de um olhar sereno,
Do mar num ser único...
Falarei das tardes perdidas na incessante busca de um olhar,
Da eterna beleza do tempo quando cada segundo é precioso,
Do sabor de um beijo resgatado, em ilusão,
Da melodia dentro da cabeça quando se vê a pessoa amada,
Da alegria de uma vitória difícil,
Do brilho de um sorriso,
Do som da gargalhada...
Vou falar do cheiro de uma flor,
Do voo gracioso de uma borboleta,
Da calma quando se roda à chuva,
Das cores brilhantes do arco-íris,
Do cheiro da terra molhada...
Vou falar do calor de uma lareira num dia frio de inverno,
Do suave assobio do vento numa janela...
Vou falar do mundo,
Da interminável beleza de um ser,
Do misticismo guardado em cada momento,
Dos olhares gravados no coração,
Dos sorrisos...
Vou falar...Vou falar de ti...
(... Porque me vais no coração...)
Marco Mercier
Escrito em 2003-07-11
Perguntarem o que me vai no coração,
Eu vou falar do vento que me acaricia a face,
Vou falar da noite que cai
E vai deixando ao longe pedaços de açúcar
Tão doces como o luar numa noite de verão.
Vou falar da luz do sol,
No voo desordenado de um bando de pássaros,
Nas formas doces de algodão que as nuvens rabiscam no céu...
Vou falar do cheiro a maresia que invade o ar,
Das ondas do mar, do reflexo azul do céu...
Vou falar da sensação de dormir na relva,
Da canção de um pássaro a leste,
Dos livros que li,
Da beleza do raiar do sol,
Da eterna forma como as folhas caem de uma árvore outonal
deixando de ouro e prata o chão já gasto.
Vou lembrar-me, vou falar de um anigo,
De outro amigo,
Das tardes em que a alma não se cala e desatina,
De quando a tristeza se apodera do ser
E ao longe há sempre um luar,
Do bater do coração,
Da loucura de uma paixão...
Falarei da magia de um sonho,
Da magia de um olhar sereno,
Do mar num ser único...
Falarei das tardes perdidas na incessante busca de um olhar,
Da eterna beleza do tempo quando cada segundo é precioso,
Do sabor de um beijo resgatado, em ilusão,
Da melodia dentro da cabeça quando se vê a pessoa amada,
Da alegria de uma vitória difícil,
Do brilho de um sorriso,
Do som da gargalhada...
Vou falar do cheiro de uma flor,
Do voo gracioso de uma borboleta,
Da calma quando se roda à chuva,
Das cores brilhantes do arco-íris,
Do cheiro da terra molhada...
Vou falar do calor de uma lareira num dia frio de inverno,
Do suave assobio do vento numa janela...
Vou falar do mundo,
Da interminável beleza de um ser,
Do misticismo guardado em cada momento,
Dos olhares gravados no coração,
Dos sorrisos...
Vou falar...Vou falar de ti...
(... Porque me vais no coração...)
Marco Mercier
Escrito em 2003-07-11
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