Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

segunda-feira, maio 31, 2004

Safe'n warm

Não sei porque me sinto tão triste, parece que o mundo não me suporta... deve ser da música.

There's nothing for today
there's nothing for tonight
there's nothing more

there's nothing left to say
you left,you ran away
there's nothing else

there's nothing for tonight
we're not ready for this fight
but we could try again

i'm looking for a sign
i'm looking for a line
it was all so soft
when you were here and you were mine
and now i think i'm out of time
it won't be safe and warm...

i lost you to fast
and when i did all became a mess
i got full of fear
it was all so confusing here
i found i was alone,went out screaming
i love you so and then
oh then...i felt ashamed

it's like i lost my train
and i keep running to achieve it
'cause i really hope you can come back...


domingo, maio 30, 2004

Fallen Angel

Listen to the rain...
Wasn’t the sky crying when you felt?

Did you caught a shooting star,
Did you found what was behind?

Just listen to the rain…
Isn’t it crying for some kind of love?

Sussurras-me?

Poderá ser de silêncios que se constroem as mais belas torres de homenagem ao amor.
Poderá ser de silêncios?


Preciso do teu sorriso para me aquecer o espírito congelado pelo frio do inverno que se faz sentir no meu quarto. Está frio, correm gotas de uma água pela janela baça, o meu bafo torna-se espesso no ar... Está frio nesta escuridão por detrás dos cortinados, com as costas contra a parede nua e branca, cravada de espinhos do nosso outrora suor. Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!
Vou beber do beiral do vidro por dentrás das cortinas, cada gole um beijo teu, e que saudades dos teus beijos...! Vou rasgar da parede os teus sussurros apagados e reescreve-los numa folha de céu timbrada, cola-la junto às estrelas e ser eternamente teu...

Sussurros no silêncio da madrugada, no silêncio, nunca falas...!
E quando sorris,o meu coração sorri contigo, em cada movimento dos lábios que me matam aos poucos com esse veneno tão poderoso. E quando falas... Quando falas eu paro, mas nunca pergunto.
Sussurras-me por entre os teus doces lábios?
Sussurras que me amas?... Ou será silêncio o que me dizes?...

Está frio aqui no meu quarto escuro. Espero no silêncio, em cada sussurro teu, que entres pela porta e me tragas luz roubada do sol. Espero sentado junto à parede nua, cravada de gotas do nosso suor espesso, de movimentos espantosos de coordenação cardiaca, que entres pela porta, no meio do nada que te vai envolvendo (foge!) e tragas contigo a luz roubada do sol.

A carta que não te dei

Sinto-me pequeno perante tudo!...

Sinto hoje, talvez apenas hoje, uma imensidão de um vazio dentro de mim, que me escorre nas horas perdidas sem ti, que se espraia no fulgor de um beijo que recordo inoportunamente, momentaneamente. Sinto um aperto, uma falta, um perda, será uma perda? Será que já te perdi? Será que já perdi...?
Creio que foi quando perdi o chão, perdi o mundo, perdi as mãos para agarrar os outros, perdi um pequeno luar, perdi a esperança, talvez isso! Ou não... Perdi antes a confiança... A confiança no mundo, no meu mundo, no teu mundo, no nosso pequeno mundo acabado de criar sobre fantasias ainda por imaginar, tão pequeno, tão frágil. E sinto isso quando me dizes que vais estudar, quando me contas que vais aí ficar, quando não te tenho. Sinto-o quando te imagino colado ao céu de um outro sonho, pregado a uma mentira, colado num frigorífico qualquer a relembrar-me que perdi algo, um post-it amarelo, banal, com o teu nome a sublinhado.
Desculpa... Não consigo... Tenho receio não sei do quê, fico assim, perdido não sei bem porquê, não quero que seja assim, não queria! Desculpa, sou tonto, sou parvo, o eterno ingénuo, o eterno sonhador de sonhos inconsumáveis, o eterno estúpido num mundo demasiado imperfeito para poder sequer ter-te, não sei, estou confuso, por vezes não sei se te tenho, não sei se a possessão que sinto é fruto da minha frutificada imaginação ou fruto de uma realidade qualquer que não esta, uma realidade num abraço meu tão forte que não me deixe acordar, não sei!... Ai, confusão! E esta paixão, e este amor, e este fulgor, e este sentimento de extase no teu olhar!...


E hoje ouvi-o da tua boca, algo carinhoso, algo que até hoje nunca ouvira... “amor”, nunca tal me havias chamado, e tantas vezes me perscrutei por dentro, procurei em mim uma razão para ti, algo com que te pudesse vestir, explicar o porquê de tão pouco carinho verbal, o porquê de tudo. Procuro em mim, não encontro, mas sei que não encontro porque nada de ti ainda foi visto, estás ainda tapado num museu perdido num egipto longinquo, por detras de uma negra janela ou escondido numa camâra qualquer, sem sair, sem me deixares ver, sem deixares levantar o pano. Não sei como reages, não sei como vives, não sei nada, tenho dúvidas, tenho tanta coisa e tanta confusão!
Tenho dentro de mim um canto perfumado para o teu corpo, onde te deitar sempre, a procurar sinais de um futuro ainda por escrever, tentar antever o que receio, preparar cada dia com o eterno objectivo de não te perder. Tenho aqui... Tudo para te dar... fazes-me tanta falta...
Fazes-me falta neste dia de vazio, neste dia de dimensões cruzadas com a realidade endurecida pelo cheiro do teu corpo, o cheiro da tua presença, ou da possível falta dela, a tua falta, fazes-me tanta falta!

2004-05-14
Final de uma triste tarde

sexta-feira, maio 28, 2004

Gritar

Gritar com o mundo à minha volta, revoltado,
Acabar tudo com um simples abraço,
Desistir, morrer, berrar no sussurro do vento,
Deixar tudo para trás, deixar-vos sozinhos,
Para todo o sempre...

...

Ah, que revolta, que nó por dentro,
Agarro a cabeça, balanço para longe daqui,
Mordo os lábios, magoo-me por fora,
Choro por dentro, REBENTO POR DENTRO!

AAAAAAAAAAAAAH (berrei no mundo!)

Escrito em 2004-05-16

quinta-feira, maio 27, 2004

Nada!...

Como sempre a falta das palavras para me envolverem em certezas. Como sempre a falta da transformção idílica do teu pensamento dourado em palavras sussurradas... Sempre a mesma falta, sempre o mesmo chão a fugir, sempre o universo a mudar...
Parece que tudo está fora do lugar, tudo se escorre, numa lentidão tão insana, para uma outra qualquer dimensão, a dimensão tamanha do teu nada,a dimensão imensa do teu mar de pensamento alheios ao meu pequeno céu de prata. E sinto-me tão pequeno...

Era o nada daquela boca que me dominava os dias cansados. Sempre o mesmo nada ao por do sol, sempre o mesmo vazio, o silêncio que se ia gerando e gelando as pelavras que tentavam sair. É verdade, todos sabemos que quando não se fala, ou se ama muito ou não se tem mesmo nada para dizer, ou então, o eterno "nada!", como sempre. Ai, como o silêncio me matava aos pedacinhos!...


A incerteza, esta incerteza deixa-me louco com tanta falta de razão. Só queria um céu dourado para te poder misturar o ouro do pensamento nas nuvens gastas que me socorrem as quedas durante os voos.

E custa tanto não te ter por completo...

quarta-feira, maio 26, 2004

"Doi-me a cabeça e o Universo!"

Porque é que no mundo há sempre alguém para nos inventar a vida?
Passo um dia quieto, sentado numa poltrona, deitado até, a ver um programa banal qualquer, não penso muito, falo pouco, apenas me deixo invadir pela luz fusca da televisão já a meio da noite, já com sono, com os olhos a cairem para o lado e a cabeça a pender para trás. Não faço, não conto, porque haveria de vos contara o que faço?
Acordo no dia seguinte, dores nas pernas, dores nos braços, dores na cabeça que me segura o Universo (ou será que o trago em cima dos meus ombros?) e sei que vai ser difícil, todos os dias são assim, duros, dificeis de roer. Então pego nele, como um pêssego, e rasgo-lhes a casca de manhã, sugo tudo e deixo o caroço que vocês criaram para mim. Não vos consigo roer, mas posso atirar-vos para o lixo!

Porque é que inventas tanto a minha vida?
Não consegues viver contigo, olhar-te ao espelho e sentires-te completa? Não consegues ser apenas tu sozinha por momentos, sem contares histórias de encantar com principes e cavalos? Deixas-me tão triste, tão desiludido...
Tentei estar perto do teu olhar, tentei, juro que tentei! Mas as palavras que te escapam da boca são barreira de papel que se colam à minha volta, as mesma barreiras que me levaram à solidão no Universo, as mesmas barreiras que me levaram ao afastamento. E agora, afastado de ti, continuas com o "era uma vez..." de sempre, continuas com o sorriso cínico e apertado, talvez de inveja, porque não consegues rasgar nem um pedaço da cortina de fumo que nos separa. Consegues vê-la? És cega...

Porque é que me inventas a vida num conto de fadas tão negro?...


Devias ficar presa nos espinhos quando tentasses ver-me beijar a princesa!

segunda-feira, maio 24, 2004

O azul do céu colado aos teus pés

Gosto de me deitar na relva fresca e húmida do sol que lhe escorre, deliciado com a forma das núvens que percorrem o azul do céu. Quando não vemos nada senão um enorme oceano de luz, tudo parece desaparecer, todo o mundo, todo o mal, todo o bem, tudo! Fiquei eu, aqui, deitado na relva verde que me vai picando de vez em quando a pele amaciada pelos torrões de luar, sozinho à espera que se deitem no meu peito...

Não consigo decidir quando terminou a minha infância, não sei se foi um momento em que acordei de um sonho qualquer que não me lembro de ser maravilhoso, talvez tenha sido quando senti amor, não sei, de certa forma sempre o senti, por todos aqueles que sempre me agarraram quando precisei, pela minha tia Nela que me abraçava quando o meu avô me obrigava a comer a sopa até ao fim, pela a minha avó que me levava a comida à cama quando delirava de calor numa febre que nunca terminava, do meu avô que me obrigava a ver futebol... Coitado, nunca gostei de futebol.
Gostava de me deitar no peito de alguém, se bem que creio nunca o ter feito até há bem pouco tempo, sentir a batida do coração, saber se acelerava com o meu toque ou não, saber que o coração batia com mais força só porque gostavas de mim. Acho que gostava de o fazer, não na realidade que sempre me assombrou, mas num mundo qualquer em que não sonhava, apenas vivia de uma forma diferente, um mundo de pernas para o ar, sempre com todo o céu colado aos meus pés ( ou seria aos teus eternos pés?), de barriga para o ar, sempre com um peito para me deitar, para me sentir seguro, para te dar segurança.
Não consigo decidir... Quando terminou o "sonho"? Quando deixei de ter o azul debaixo dos meus pés, quando é que senti necessidade de voltar a baixo, quando é que deixei?


Deito-me na relva contigo, minha amiga das horas perdidas, bailarina no céu da minha saudade, conto-te o que sinto, conto-te quem sou por dentro, quem me assola, quem me transcende, quem eu amo e quem me acende (há sempre alguém que me acende!). Falamos horas de pernas para o ar, deitados na sombra irrequieta de uma árvore que nos vai ouvindo tocar as melodias que vamos compondo com o nosso olhar, irrequietas. Mexem-se para nos ouvir melhor, alimentam-se na nossa voz, dos nossos segredos, na nossa intimidade que eu adoro. Oh, minha amiga... Precisava de um abraço teu...
Queria ir, como dantes, para debaixo de um céu cheio de cor, passear pelas ruas apertadas da baixa lisboeta, pelos caminhos percorridos outrora pelos nossos corpos gastos de cansaço. Queria sentar-me contigo, comer o antigo gelado, os velhos sabores, lembras-te? Lembra-te, por favor... Corriamos os dois no mesmo vento, o que nos trazia o sabor do verão a chegar, os planos que montavamos, as alegrias, as nossas gargalhadas, as nossas conversas nos longos almoços ao sol abrasador.
E eu tenho saudades disso. Não sei se se pode perder... Podem perder-se coisas muito grandes?
A culpa pode ser minha, a culpa pode ser tua, mas no fundo a culpa não é nossa e tu sabes disso, eu também sei... Sabemos os dois.

Deitado de barriga para o ar, desapareceu o mundo todo. Lembro-me de todas as vezes que o fiz, é inesquecivel a sensação de poder sobre o azul que nos cobre os pés!
Gosto que se deitem do meu lado, com a cabeça bem perto da minha, sentir apenas o cheiro do cabelo, o cheiro que vai inundar a recordação que está a ser gravada, é tão bom!...

Deitei-me no chão depois de suar, cansado da primeira parte, com ela ao meu lado, os dois, assim deitados no chão de madeira que não brilha, como tantas outras coisas. Não falámos muito, apenas nos deitámos, de barriga para o ar, a sussurrar um pouco, a deixar passar as horas, enquanto ambos o guardámos. Pois, eu sei que o guardas também, já mo disseste, ainda no outro dia "Lembras-te? Nós deitámo-nos lá no chão do ginásio...", tu lembras-te, disso eu sei. E porque é que és especial? Oh... Porque no fundo sabes quem eu sou...

E o mundo desapareceu de novo...
Não falo de ti agora, penso ainda te poder abraçar a voz hoje. Só me ligaste... Não me basta... Nada me basta...
Tenho saudades tuas, meu sonho, tenho saudades tuas...

O mundo desapareceu...

...

Senti-me perfeito nas pradarias do teu olhar
De novo livre a deslizar por entre as estrelas
Que ambos apanhavamos de barriga para o ar

domingo, maio 23, 2004

I Miss You

Hoje não te vi, perdi-te por mais um pequeno dia, num rasgado fechar de olhos. Hoje, não te toquei, só falei contigo ao telefone, ouvi a tua voz do outro lado, e por mais tempo que nos falemos soa sempre a pouco. E porque é que ficamos sempre sem assunto após breves palavras? Os silêncios que nos endurecem por momentos escassos e não nos deixam falar, será a mesma parede silenciosa que em tempo me mudou o universo?
Hoje falámos da banalidade, como sempre, do estudo, da vida que corre debaixo dos nossos pés, dos meus sonhos inacabados que nunca perguntas quais são, falámos de tanta coisa que mais parece que nem falámos de nada, parece que ficou um vazio no espaço do tempo, na recordação, uma lacuna para tapar o silêncio que nos fechou aos dois neste mar de paixão. Sim, porque eu amo-te!

Hoje ouvi as mesmas músicas que ontem, os mesmo sons balançaram pelos labirintos das minhas ideias até me trazerem à loucura, à insana podridão do toque que me falta, o teu toque. Sinto-me podre... A cair sem ti para me agarrar, sem ti que estás aí, no cubículo do teu espaço resguardado pelo biombo de cristal para não apanhares frio, "podes constipar-te", disseste tu um dia ao meu amigo, o meu eterno amigo que lá voltou para o seu eterno planetazinho onde "se fores sempre em frente não vais muito longe"... è assim que me sinto hoje... Num planeta pequeno, onde posso ver o por-do-sol 43 vezes num dia em que esteja triste (basta puxar a cadeira para a frente um pouquinho, lembras-te?) mas sempre com a falta do azul do céu colad aos teus pés... Fazes-me falta... Acho que tenho saudades tuas.




E hoje criei mais montros na minha cabeça, mais personagem para me alegrarem o dia, mais sonhos inquietos para um sonhador sem fronteiras. Hoje fui, perdido no tecto do meu quarto, até ao nosso primeiro beijo, ao nosso primeiro toque, ao teu pquenino abraço, tão forte, tão quente. Por entre as lacunas brancas da parede fria, percorri de novo a tua pele, percorri de novo os teus lábios, deixei-me de novo apaixonar pelo teu olhar de criança. E essa criança já se foi. Meu amor.

Oh...
I miss you...

Um

Porque todos algum dia escrevemos, porque algum dia todos queremos dedicar algo a alguém, porque escrever num diário é algo muito óbvio e que ninguém (supostamente) vai ler, porque escrever em vão é das piores sensações do mundo, porque respiro...
"Por tudo, por ti, por mim, pela beleza no sol poente
(Apenas porque a lua vai finalmente nascer)
Escrevo e dou ao mundo para que ninguém o possa negar:"

EU CRIEI UM BLOG! =) (lol)

E como criei hoje mesmo o meu próprio blog, sem realmente saber o que nele escrever, não vou relatar o meu dia, acho que te vou dar um nome, creio que sim, vais ser o meu "Nights" =) Sim, Nights, nunca ouviram falar, ainda bem, senão ia parecer um miúdo pequeno abraçado a sonhos antigos, mas pronto, pode ser que um dia deste conte o porquê de gostar tanto de ti, sim, de ti. Eis uma foto tua :

Nights
=) a partir de agora tens corpo e sabes uma coisa, um segredo, um sussurro no teu ouvido: sabes voar...