— Só conheces a tua rosa depois dela florir toda a sua beleza. Se não regares a tua rosa, se não lhe deres o teu cuidado e a tua confiança, a tua rosa nunca abrirá todas as suas pétalas à luz do Sol porque tem medo... Só quando tu lhe deres a tua confiança é que conhecerás a sua verdadeira beleza. As pessoas e as rosas não se conhecem como se conhecem os objectos. Precisam da nossa confiança para se revelarem como são. E depois de se revelarem... não
podemos deixar de pensar delas senão o melhor!
E a menina continuou a fazer a sua trança como se atasse com
muito cuidado os cordões da saquinha de veludo onde guardava o seu
tesouro.
— E o que é preciso para eu te dar a minha confiança? —
perguntou o principezinho.
— Nada. Apenas acreditares naquilo que os teus olhos vêem e que
o teu coração sente. Só quando se acredita se conhece... Só quando
se acredita nas pessoas elas se transformam naquilo que são. É como
se o nosso interior nos florisse nas mãos e perfumasse quem os toca.
Mas para isso tens que acreditar em mim e eu tenho que acreditar
em ti.E a menina começou a cantar com a sua voz muito fina e bela,
enquanto punha um lacinho na trança...
In Encontrei o Principezinho de Jorge Cabral dos Santos
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