Sinto-me longe do mundo, longe de tudo o que nos pode prender, longe das pessoas, das coisas. Sinto-me flutuante sobre o universo, sem âncoras ou amarras que me possam abraçar contra algum local, sem peso ou condição, sem algo ou alguém... Sinto-me sozinho.
Vagueio pelos rastos do mundo à sua passagem, não o acompanho, deixo que me ultrapasse, deixo que não se prenda nos meus poros como suor ou vapor vital, deixo-o seguir, sempre, sempre mais longe. E então eu fico, atrás, na sombra da noite devoradora dos sonhos, criadora dos medos, dos sussurros absurdos, dos derradeiros segredos.
Sinto-me de lado, desnecessário, mudado... "Nunca mudes!", e custa tanto saber que mudei, saber que sou vento em vez de terra, flor de raiz desenterrada. Ah, sinto-me longe de tudo e de todos. Sinto tanta falta de um ombro amigo sem sequer saber o que a falta me produz, sem seuqre sentir a falta, sem sequer saber que falta sinto!
Culpa minha, minha culpa! Só queria um braço alegre que me agarra-se e me prendesse, que me aumentasse, que me excedesse!
Ò meu terror, que cada dia te torno mais real!
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