Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quarta-feira, julho 14, 2004

Grito.. e Nada.

Não me quero mais! Quero ser outro, noutro corpo, ser mais alguém sem ser ninguém, posso? Quero um raio de sol no meu pescoço a abraçar-me o coração estilhaçado. Quero percorrer os caminhos da loucura, haverá lá alguém para me guiar? E o meu mundo...?
O meu mundo vai embora, ninguém o vê, ninguém soube ultrapassar as barreiras, tão simples elas eram! Não ultrapassaram, não ultrapassarão! Vou pelos caminhos da loucura de volta a este mundo, o meu ficou para trás, de nada valeu construí-lo de novo.
Aqui, agora, as flores não cantam como lá, a àgua não me escorre em beijos flamejantes. Era tudo tão bonito! Mas deixei e ninguém reparou. Mas porquê? Não fiz barulho suficiente quando bati a porta dos fundos? O meu berro não chegou para acordar ninguém? OU estarão todos tão dentro de si que nunca sequer olharam para mim? Ah... a eterna dúvida...

Vou ser outro sim, vou mudar, vou mudar tanto que quando berrar todos me vão ouvir! Não me ouves ainda?...

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