quinta-feira, julho 15, 2004
...
A noite criada pelas persianas fechadas inunda-me o olhar preso em rasgos da parede nua, sempre nua... Percorro devagar os traços de luz que por vezes se escapam nas paredes brancas como bailarinos num palco vazio e, por instantes, ilumino-me nesse vazio tão agudo. Será o farol? Serão os teus velhos sussurros? Vazio, como sempre... Percorro novamente os bailarinos em danças desleais contra a nua esbranquiçada e já fechado sobre mim deixo-me adormecer.
quarta-feira, julho 14, 2004
Grito.. e Nada.
Não me quero mais! Quero ser outro, noutro corpo, ser mais alguém sem ser ninguém, posso? Quero um raio de sol no meu pescoço a abraçar-me o coração estilhaçado. Quero percorrer os caminhos da loucura, haverá lá alguém para me guiar? E o meu mundo...?
O meu mundo vai embora, ninguém o vê, ninguém soube ultrapassar as barreiras, tão simples elas eram! Não ultrapassaram, não ultrapassarão! Vou pelos caminhos da loucura de volta a este mundo, o meu ficou para trás, de nada valeu construí-lo de novo.
Aqui, agora, as flores não cantam como lá, a àgua não me escorre em beijos flamejantes. Era tudo tão bonito! Mas deixei e ninguém reparou. Mas porquê? Não fiz barulho suficiente quando bati a porta dos fundos? O meu berro não chegou para acordar ninguém? OU estarão todos tão dentro de si que nunca sequer olharam para mim? Ah... a eterna dúvida...
Vou ser outro sim, vou mudar, vou mudar tanto que quando berrar todos me vão ouvir! Não me ouves ainda?...
O meu mundo vai embora, ninguém o vê, ninguém soube ultrapassar as barreiras, tão simples elas eram! Não ultrapassaram, não ultrapassarão! Vou pelos caminhos da loucura de volta a este mundo, o meu ficou para trás, de nada valeu construí-lo de novo.
Aqui, agora, as flores não cantam como lá, a àgua não me escorre em beijos flamejantes. Era tudo tão bonito! Mas deixei e ninguém reparou. Mas porquê? Não fiz barulho suficiente quando bati a porta dos fundos? O meu berro não chegou para acordar ninguém? OU estarão todos tão dentro de si que nunca sequer olharam para mim? Ah... a eterna dúvida...
Vou ser outro sim, vou mudar, vou mudar tanto que quando berrar todos me vão ouvir! Não me ouves ainda?...
segunda-feira, julho 12, 2004
domingo, julho 11, 2004
Não vais reparar
Sei de cor os teus cabelos e a cor dos teus lábios. Decorei o timbre delicado da tua voz quando se aperta numa gargalhada, o som do mar no teu sorriso, percorrido tantas vezes pelas falanges tortas dos meus tortos dedos, os teus olhos quando me amas , finalmente. Pintei no meu céu, em pinceladas cor da tua pele torrada de sol, as horas em que me perdi no teu olhar, em labirintos sem fim, as horas que corriam mais rápido que o tempo para não me deixarem saciar a sede do teu corpo. Tenho tanta sede agora... Mas vou partir...
Levo na palma das mãos as pérolas e os pedaços de cristal, os teus pedaços de cristal (não mos roubes!), juntos todos num saco azul de medo carregado, de receios que não param de chegar... Eu vou embora... Não vais reparar... Trago os cadernos em branco para te pintar à luz da lua e para te escrever no topo deles, não me quero esquecer! Vou inventar sorrisos, vou inventar brilhos para te amar ainda mais, vou crivar de abraços a lua e as estrelas de beijos doces que nunca em deste... E vou chorar por vezes. Não porque estou triste. Meu amor. Apenas porque estou feliz, feliz por cada sussurro, pelas pérolas que guardaste na palma da minha mão.
Vou, agora é a hora. Vou deixar o beiral da cama, presa nas teias escuras da noite, beijar-te a testa como fazem os pais e enchugar por fim a cara. A luz que passa por baixo da porta já me chama, quero só mais um beijo, mas não te quero acordar... Sonha comigo, como eu sonho contigo, sonharemos os dois juntos? Sonhas comigo? Não vais responder... Nem vais reparar... Mas eu fui embora...
E quando te roçar o brilho das estrelas nesse rosto tão meu, lembrar-te-ás de pequenos beijos, pequenas confissões, pequenas... tudo tão pequenino como tu... Basta-me que te lembres... Oh, queria que viesses atrás de mim.
Levo na palma das mãos as pérolas e os pedaços de cristal, os teus pedaços de cristal (não mos roubes!), juntos todos num saco azul de medo carregado, de receios que não param de chegar... Eu vou embora... Não vais reparar... Trago os cadernos em branco para te pintar à luz da lua e para te escrever no topo deles, não me quero esquecer! Vou inventar sorrisos, vou inventar brilhos para te amar ainda mais, vou crivar de abraços a lua e as estrelas de beijos doces que nunca em deste... E vou chorar por vezes. Não porque estou triste. Meu amor. Apenas porque estou feliz, feliz por cada sussurro, pelas pérolas que guardaste na palma da minha mão.
Vou, agora é a hora. Vou deixar o beiral da cama, presa nas teias escuras da noite, beijar-te a testa como fazem os pais e enchugar por fim a cara. A luz que passa por baixo da porta já me chama, quero só mais um beijo, mas não te quero acordar... Sonha comigo, como eu sonho contigo, sonharemos os dois juntos? Sonhas comigo? Não vais responder... Nem vais reparar... Mas eu fui embora...
E quando te roçar o brilho das estrelas nesse rosto tão meu, lembrar-te-ás de pequenos beijos, pequenas confissões, pequenas... tudo tão pequenino como tu... Basta-me que te lembres... Oh, queria que viesses atrás de mim.
quarta-feira, julho 07, 2004
Nunca vens...
Por vezes o mundo é torto, inclina-se para me deixar cair. O chão é duro, dá vontade de chorar quando lhe toco, magoa a vista com a falta de cor que me acostumaste no teu sorriso, é tão bonito! Esperei por ti... Porque é que nunca chegaste? Mas hoje é diferente, hoje sou maior que tu, já te chorei nos meus olhos, já te abracei na minha almofada e o sol que me canta à noite já nem soa à tua voz, tudo mudou. Não és mais tu que me foges pelos dedos, sou eu que voo para que não me voltes a prender nas redes do teu olhar, é tudo tão... tão "azul"...
Eu voava...
E eu voava, lembro-me agora,
Contigo eu era livre,
Era uma gaivota em voo
Sobre as ondas do mar
E sentia o vento de face,
Enfrentava o sol de frente.
Eu era livre, contigo eu era
Livre, contigo eu voava.
Porque é que já não voo?...
Não enfrento nada, sou enfrentado,
Já não sou livre, já não sou eu.
Mas contigo eu voava.
Faz-me voar novamente,
Quero voltar a sentir o vento...
Marco Mercier
Escrito em 2003-10-05
Contigo eu era livre,
Era uma gaivota em voo
Sobre as ondas do mar
E sentia o vento de face,
Enfrentava o sol de frente.
Eu era livre, contigo eu era
Livre, contigo eu voava.
Porque é que já não voo?...
Não enfrento nada, sou enfrentado,
Já não sou livre, já não sou eu.
Mas contigo eu voava.
Faz-me voar novamente,
Quero voltar a sentir o vento...
Marco Mercier
Escrito em 2003-10-05
Fuga na lua
Voei. Rasguei os céus em movimentos perfeitos, em simbioses com as tuas asas brancas, os dois, assim, perdidos onde o mundo somos nós, apenas nós. Foi culpa do sol a tua vinda, foi culpa da lua a tua fuga...
Assusta-te o meu amor? Assusta-me o teu esplendor... E fugiste sem me dizer nada, foste devagarinho, eu nem vi, como pode não reparar? Dormi com as tuas promessas sussurradas no fim de um dia quente, seguro do teu olhar fixo no meu, seguro nos teus braços... Queria tanto um abraço teu, apenas um abraço. Tenho tantas saudades.
Fizeste a mala, deixaste um recado nos meus lábios sem eu me aperceber e voaste de novo, tão depressa como as tardes quentes e o cheiro das ondas do mar. É tudo tão fugaz... E tudo tão teu, é tudo tão TU.
Voei, rasguei os céus em movimentos imperfeitos sem as tuas asas pra te alcançar. Não voo, não vivo, sobrevivo a tudo o que nos separa. Só queria um dia abraçar-te de novo, desculpa...
Assusta-te o meu amor? Assusta-me o teu esplendor... E fugiste sem me dizer nada, foste devagarinho, eu nem vi, como pode não reparar? Dormi com as tuas promessas sussurradas no fim de um dia quente, seguro do teu olhar fixo no meu, seguro nos teus braços... Queria tanto um abraço teu, apenas um abraço. Tenho tantas saudades.
Fizeste a mala, deixaste um recado nos meus lábios sem eu me aperceber e voaste de novo, tão depressa como as tardes quentes e o cheiro das ondas do mar. É tudo tão fugaz... E tudo tão teu, é tudo tão TU.
Voei, rasguei os céus em movimentos imperfeitos sem as tuas asas pra te alcançar. Não voo, não vivo, sobrevivo a tudo o que nos separa. Só queria um dia abraçar-te de novo, desculpa...
domingo, julho 04, 2004
Escuro
Sou tudo o que sempre serei... Sou triste, apaixonado, sou eu aqui sempre perdido no mundo impefeito, sou eu... só eu... mesmo contigo me sinto por vezes sozinho. Não por ti, por mim, sozinho por mim, sozinho aqui dentro, no cubículo apertado do meu mundo laranja e verde. Não vou falar de ti, hoje sou maior que tudo e todos, hoje sou EU, hoje sou egoísta, não quero mais nada!!!
Estou triste, estou deprimido, estou cansado, estou triste outra vez, estou perdido na escuridão do meu quarto onde vezes sem conta me perco e volto a perder. As estrelas já não me guiam, não me deito tantas vezes como dantes a ohar para lá, o meu pequeno céu... Dou comigo a dizer que não tenho tempo para olhar, deito-me e nem olho, como é possível? Tenho cada estrela, cada pedaço, cada uma é minha, mais minha que qualquer coisas neste mundo... Estou triste...
Queria poder ser livre de mim. Queria deixar-me! Sou horrível, não me quero mais, quero chorar, quero rasgar cada linha da minha pele e sangrar a água que me faz viver. Quero bater como louco com a cabeça na parede até não a sentir mais, quero apenas deixar-me por momentos... Mas não sei porquê... E sinto-me tão mal.
Oh, eu só queria ser outro alguém, ser teu e de ninguém, ser de mim sabendo que sou de alguém. E quando sou... Sou triste na mesma, não sei que tenho, não sei que se passa, tenho saudades da minha asa, já não me fazes voar há tanto tempo. E a culpa é minha. Os teus incessantes toques, minha amiga, sem resposta, desculpa-me, sou tão feio. Beija-me a face e faz-me sonhar de nvo, tudo era tão perfeito quando nos deitávamos lá no jardim, um qualquer que fosse... Tenho tantas saudades que me começam a querimar a cara enquanto se tranformam num mar, acho que me estou a afogar.
Preciso de ti... Preciso de cair... Correr no meio da escuridão e sentir que no fim quase morro sem respirar, cair de um precipício e no final sangrar muito, só para saber que ainda estou vivo, já o fiz tantas vezes. Porque é que agora pareço não o conseguir fazer? Estou tão triste comigo!!
Quero chorar, quero chorar tanto... tanto tanto tanto!... Mas a pedra que me tornei com o tempo, as barreiras de papelão que criei à minha volta, não me deixam escorrer pelos meus olhos. São tão finas as barreiras, porque é que ninguém as rasga? Rasga-mas... estou tão triste, tenho tantas lágrimas aqui para te dar... Nunca me viste chorar, pouca gente viu e no entanto choro em qualquer filme, se clhar porque não serei tão julgado.
Ensina-me a chorar, a retirar o Litost de dentro de mim, não quero estar triste, mas tenho vontade de cair.
Anjo caído, perdido, abandonado... Ai, deixem-me voar de novo!
Continuo com vontade de chorar, não sei que se passa, nem sei quem sou. Ao espelho vejo as marcas que o tempo deixou, tatuagem "na alma e na pele"... E a lua cheia lembra-me que não te tenho. Não a vou ver hoje, não a vejo há algum tempo, não quero saber dela, hoja sou egoísta!
Estou triste, estou deprimido, estou cansado, estou triste outra vez, estou perdido na escuridão do meu quarto onde vezes sem conta me perco e volto a perder. As estrelas já não me guiam, não me deito tantas vezes como dantes a ohar para lá, o meu pequeno céu... Dou comigo a dizer que não tenho tempo para olhar, deito-me e nem olho, como é possível? Tenho cada estrela, cada pedaço, cada uma é minha, mais minha que qualquer coisas neste mundo... Estou triste...
Queria poder ser livre de mim. Queria deixar-me! Sou horrível, não me quero mais, quero chorar, quero rasgar cada linha da minha pele e sangrar a água que me faz viver. Quero bater como louco com a cabeça na parede até não a sentir mais, quero apenas deixar-me por momentos... Mas não sei porquê... E sinto-me tão mal.
Oh, eu só queria ser outro alguém, ser teu e de ninguém, ser de mim sabendo que sou de alguém. E quando sou... Sou triste na mesma, não sei que tenho, não sei que se passa, tenho saudades da minha asa, já não me fazes voar há tanto tempo. E a culpa é minha. Os teus incessantes toques, minha amiga, sem resposta, desculpa-me, sou tão feio. Beija-me a face e faz-me sonhar de nvo, tudo era tão perfeito quando nos deitávamos lá no jardim, um qualquer que fosse... Tenho tantas saudades que me começam a querimar a cara enquanto se tranformam num mar, acho que me estou a afogar.
Preciso de ti... Preciso de cair... Correr no meio da escuridão e sentir que no fim quase morro sem respirar, cair de um precipício e no final sangrar muito, só para saber que ainda estou vivo, já o fiz tantas vezes. Porque é que agora pareço não o conseguir fazer? Estou tão triste comigo!!
Quero chorar, quero chorar tanto... tanto tanto tanto!... Mas a pedra que me tornei com o tempo, as barreiras de papelão que criei à minha volta, não me deixam escorrer pelos meus olhos. São tão finas as barreiras, porque é que ninguém as rasga? Rasga-mas... estou tão triste, tenho tantas lágrimas aqui para te dar... Nunca me viste chorar, pouca gente viu e no entanto choro em qualquer filme, se clhar porque não serei tão julgado.
Ensina-me a chorar, a retirar o Litost de dentro de mim, não quero estar triste, mas tenho vontade de cair.
Anjo caído, perdido, abandonado... Ai, deixem-me voar de novo!
Continuo com vontade de chorar, não sei que se passa, nem sei quem sou. Ao espelho vejo as marcas que o tempo deixou, tatuagem "na alma e na pele"... E a lua cheia lembra-me que não te tenho. Não a vou ver hoje, não a vejo há algum tempo, não quero saber dela, hoja sou egoísta!
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