É tal como disseste que seria. Ambos fugimos de nós próprios agarrados ao lânguido suspiro que ainda nos persegue.
É como pensaste. Caminhos divergentes num ciclo infinito de desencontros. Rasgos no tecido endurecido do tempo com contornos da tua cara na minha mão.
Nada como eu te disse. Fugiste e não me vês perdido nos caminhos escuros atrás de ti. Não pressentes já o meu respirar, o suor na minha pele a procurar a tua.
Esmoressem-me os contornos do teu corpo, as curvas fechadas dos teus lábios, os sinais pintados debaixo do nariz... Foge-me o pensamento de ti. Corres longe, sempre mais longe, como disseste que farias.
Nada como eu te disse. Não! Sigo do outro lado do espelho, a mão tombada no vidro entre os nossos mundos, a respiração condensada em frente aos meus olhos enturpecidos. Mas já não sinto o teu toque do outro lado. Já não te sinto mais...
segunda-feira, outubro 31, 2005
domingo, outubro 30, 2005
Meu.
Sejam as palavras tornadas mudas
Ao compasso do teu bailarino pecado.
Seja o teu peito enfeitado de céu e luas,
Seja o meu toque de Midas destroçado.
Cresçam rasgadas as mãos nesse corpo
Vadio como o meu medo colado no olhar.
Cresçam perdidas as rotas do teu caminho
Para te encontrares já morta comigo.
Que o teu nome não seja mais pronunciado
Que se enrolem os sons na tua língua azul
Que se assole aquele teu beijo nunca dado
E que se suicidem todos os mortais... Todos!
Que teus lábios são meus e de mais ninguém.
Que o teu sabor só a mim me sabe. Só a mim.
Ao compasso do teu bailarino pecado.
Seja o teu peito enfeitado de céu e luas,
Seja o meu toque de Midas destroçado.
Cresçam rasgadas as mãos nesse corpo
Vadio como o meu medo colado no olhar.
Cresçam perdidas as rotas do teu caminho
Para te encontrares já morta comigo.
Que o teu nome não seja mais pronunciado
Que se enrolem os sons na tua língua azul
Que se assole aquele teu beijo nunca dado
E que se suicidem todos os mortais... Todos!
Que teus lábios são meus e de mais ninguém.
Que o teu sabor só a mim me sabe. Só a mim.
quarta-feira, outubro 19, 2005
.
É assim que me roubam o cintilante brilho dos olhos, numa rajada de dentes afiados de inveja e raiva revolvida. Levam-me o sorriso e os dias solarengos. Levam-me as gargalhadas e a vontade de um céu colado de estrelas. Levam-me a mim... levam-me assim.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Segredos silenciosos
...
[Silêncio. Tanto silêncio...]
...
Rasga-se o tempo na tua voz
Engolem-se as palavras
Quebram-se os sorrisos
...
Voam os gestos sem magia
Rebocados da pele,
Assaltados em sintonia
...
Queimam-se os abraços...
Queimam-se os abraços
Consumidos em pecado...
...
Quebram-se os sorrisos
Envoltos em monotonia
E os beijos de amarras soltas
No silêncio das horas mortas
...
[Quebram-se os sorrisos... Silêncio!]
...
[Silêncio. Tanto silêncio...]
...
Rasga-se o tempo na tua voz
Engolem-se as palavras
Quebram-se os sorrisos
...
Voam os gestos sem magia
Rebocados da pele,
Assaltados em sintonia
...
Queimam-se os abraços...
Queimam-se os abraços
Consumidos em pecado...
...
Quebram-se os sorrisos
Envoltos em monotonia
E os beijos de amarras soltas
No silêncio das horas mortas
...
[Quebram-se os sorrisos... Silêncio!]
...
Não me vais fugir
Ele veio e agarrou-te a mão com a força que eu nunca tive. Enlaçou-te com um beijo de pés a flutuar e levou-te para longe de mim. Assim, sem mais nem menos. Levou os poemas e as cantigas traçadas num luar posto por detras das nossas noites. Levou a tua voz cantante nos meus ouvidos e a magia das nossas mão por agarrar. Assim... sem mais...
No teu lugar deixou-me uma talhada de vazio cortada da vida dele e um bilhete com o brilho do teu olhar. Guardei-o no bolso ao lado da chave.
E agora sei que estás com ele, abraçada no torso dele, empertigada no cheiro dele... e sentes a minha falta como uma talhada de vazio que te falhou...
Podes fugir sem deixar nada para trás... nem mesmo saudade.
Mas não podes impedir -me de correr atrás de ti.
No teu lugar deixou-me uma talhada de vazio cortada da vida dele e um bilhete com o brilho do teu olhar. Guardei-o no bolso ao lado da chave.
E agora sei que estás com ele, abraçada no torso dele, empertigada no cheiro dele... e sentes a minha falta como uma talhada de vazio que te falhou...
Podes fugir sem deixar nada para trás... nem mesmo saudade.
Mas não podes impedir -me de correr atrás de ti.
Suspiro
Queria mais. Quero mais. Sou insconstante, sou outra coisa qualquer mais que isto tudo. Sou azul, sou branco e vermelho. Quero preto, lilás e castanho velho.
Não quero o sol gasto na rua sombria em que me obrigas a caminhar. Quero o sopro adocicado no trago da tua voz. Quero o beijo com sabor a mar nos meus lábios...
Quero mais! Sempre mais e mais além. Mais fundo, mais dentro e mais ao centro.
Não quero o mundo confuso nas pegadas dos gigantes cinzentos! Não quero este mundo cinzento... Não te quero.
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