Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sexta-feira, abril 15, 2005

Não me deixes cair

Agarra-me enquanto eu caio! No fundo, mais fundo... Abraça-me contra o teu peito! Uma mão no ombro, outra no meu cabelo. Lágrimas, murmúrios, soluços sempre no teu peito. Faz-me seguro, torna-me outro! Faz-me maior, longe de mim, longe de tudo o que me faz perder os pedaços que eu mais sou. Longe do mundo azul de laranja sarapintado, dos olhos cinzentos de quem tão cinzento se pinta, dos segredos por dentro, dos sorrisos por fora!
Abraça-me como um sonho. Não me deixes cair! Faz-me de novo. Molda-me na tua mão desenhada, rasga-me em pedaços e cola-me em retalhos, por favor... Leva os laivos de loucura, as vestes de tristeza e as máscaras dos sorrisos. Leva-me...

1 comentário:

Anónimo disse...

Abraçar! Desta vez sem chuva que me arrefeça o sonho. Ser como um sonho de verdade. Longe do mundo colorido para o nosso sem cor definida. Abraçar! E nunca te deixar cair. Levo-te! Mas não para mim, diz o mundo. Só para os passeios onde podes ficar no mais fundo do que sou. Sempre no meu peito. Que sangra lágrimas por no entardecer se despedir.