Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

domingo, setembro 21, 2014

Cold heart

Quentes, as tuas mãos descem lentas sobre a minha pele gelada de emoção. Não te agarro, não te beijo. Não abro os olhos, fechados como as crianças a fazer de conta. Leves, os teus pés percorrem os dois metros que levam à saída como se fossem milhares de passos pesados de nada, como se o vazio pesasse [pesa?]. E sais. Sais sem olhar para trás. Sais sem uma nota ou um suspiro porque sabes que, quando voltares, me encontras no mesmo sitio: gelado, meio morto, de olhos semicerrados.

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