Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

quinta-feira, novembro 11, 2004

Tesouro sofrimento

Não te cales sobre o meu sussurro, não te ausentes!
Não fujas das palavras num voo louco e demente
Ou num murmúrio de prazer, nos suspiros quentes...
Oferece-me o tom da tua voz, o teu ser sorridente.

Possui-me num trago apenas, num laivo de loucura,
Leva-me corpo e alma e o ar adocicado [que inspiro]
Num movimento vertiginoso embrulhado em ternura...
Carrega-me nos braços, agarra o meu último suspiro.

Leva-me as gargalhadas e os sorrisos gastos pelo tempo,
Leva-me as asas travas que sem ti já não fazem levitar,
Leva-me as madrugadas do teu olhar, neste momento,

Leva-me vida e sonho atados nesse teu escuro silêncio,
Nessa ladainha tão rezada de um tesouro sofrimento,
Que sem querer me mata a alma escura em decaimento.

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