Finjo que o teu corpo me pertence
E danço com os teus braços cor de mel.
Não me movo graciosamente
como imaginava que te movesses:
cada perna é um tronco
e cada passo um desassossego.
Avanço a dedilhar o tempo
e os cabelos cor-de-vazio
com as tuas mão pesadas
de nada a transbordar.
Finjo que o teu corpo me pertence
E abraço-me de novo para sentir
O meu corpo nos teus braços
(Que são os meus braços
A abraçar-me a mim.)
Não me sinto.
Não te sentes.
E eu já não sou teu.
Finjo que o teu corpo é teu
(como se de outra forma pudesse ser)
E danço sem os teus braços cor de mel.
(Para sempre.)
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