Já os nossos corpos mergulharam juntos por entre esta selva de luz roubada, em movimentos perfeitos, em voos alados, numa dança sem fim no centro de um palco sem público. Deixar correr agora cada gota na janela baça... Que desperdicio!

sexta-feira, maio 15, 2009

quinta-feira, maio 14, 2009

Salva-te


Corram todos para longe de mim que morro por dentro devagarinho.
E se algum beijo me faz de novo acreditar, que não me fuja dos lábios, que me beije de manhã ao acordar quando ainda nada faz sentido dentro do meu corpo.

Fujam que não há mais nada para oferecer. Ocupei-me (contigo...)!
Sou cheio de mar e de rochas altas e gastas, de ondas longas e brutas que me arrastam noutros olhos de cor incerta.

Salva-te. Deixa-me. Vai embora que eu sou um caco velho.

Poisar-te


Trago-te nos braços enquanto me arrasto no infinito do que somos;
O teu corpo num abraço morto e frio.
Os teus olhos brancos pendentes num olhar vazio.
Os teus lábios, num vermelho de outros tempos
Numa enorme sede dos nossos (só nossos) beijos,
São agora timbrados e enrugados
Num roxo cor de morte ainda há pouco anunciada.

Sinto o teu peso nos meus passos pesados
E não sei onde mais te levar, meu amor de todos os tempos.

Serás peso e constância,
Serás beijo roxo mas nunca morto
Dentro do meu peito.

E agora arrasto-te devagar pelo mundo,
Pelo nosso mundo a preto e branco
Sempre à espera de um poiso só teu e meu
Onde te guardar para nunca nos perder.