Ao sabor do bater do meu coração, tomo consciência dos pedaços que fui roubando. É como um ritual! Deixo-te um pedaço meu em cima da mesa de cabeceira e rasgo-te a carne à procura de algo que não te faça falta, para levar. Acho sempre que deixo demais. Penso sempre que trouxe de menos. Mas de trouxe demais.
"Deixas em mim tanto e ti..."
Para quê saber que és de outro se para mim és as mesma pessoa? Entrega-te de corpo porque a alma é minha! São meus os sussurros iniciais, as procuras incessantes por novos prazeres, os toques animalescos troados na penumbra de uma cama a cantar... São meus! E não os consigo descolar da minha pele. São como uma pasta de intenso vermelho que se me cola aos poros mais fechados, que me colam o corpo e a alma, o coração e o amor.
São meus!
"Deixas em mim tanto de ti...!"