Lembro-me do toque das tuas mãos, dos pequenos gestos nos teus dedos, dos sorriso nos teus lábios... Os cheiros e os sabores, as palavras que escorriam pela noite fora, as lágrimas que as limpavam. O olhar luminoso sempre a amanhecer, aquele brilho... onde foi?
As curvas no teu rosto são agora longas, profundas como a melancolia que se espraia no teu ohar. Não sorris quando te calas, choras quando ninguém olha. Não procuras o abraço de quem te quer abraçar, foges como se não houvesse amanhã... [E o amanhã não te interessa! Hoje foi tão mau!...]
Enrolas-te sobre ti, de mansinho. Deixas a cabeça entrelaçada por entre os braços e os cabelos agarrados nas mãos e choras. Choras prque te perdeste de ti próprio. Porque a felicidade não é assim tão feliz e ninguém pode saber disso. Porque acordar não tem tanta piada como contas ao mundo. Porque o universo não é assim tão perfeito apenas porque no inverno existem laranjas e no verão melancia. Porque respirar custa e já não aguentas...